sábado, 9 de junho de 2012

Amar!?! A Que? A Quem?


“Amar a Perfeição na Imperfeição...” JUN 09
           
                            
 (continuação do precedente)
           

            Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado ao demônio e seus anjos! Porque eu estava com fome, e não me destes de comer; estava com sede, e não me destes de beber; andava forasteiro, e não me agasalhastes; estava nu, e não me vestistes; estava doente e preso, e não me visitastes.
            Perguntar-lhe-ão também estes: Quando foi, Senhor, que te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou doente, ou preso, e deixamos de acudir-te?
            Ao que ele lhes responderá: Em verdade, vos digo que o que deixastes de fazer a algum destes mais pequeninos, a mim é que deixastes de o fazer.
            E irão estes para o suplício eterno; os justos, porém, para a vida eterna.
                                                                           (Mateus 25, 41 ss)

           
* * *

            É esta a mais sublime e a mais singela lição de moral cristã que já se lecionou sobre a face da terra – a salvação do mundo pela caridade, a perdição do homem pela descaridade.

            Por mais que teólogos e moralistas se tenham, através dos séculos, esforçado por descobrir outra porta para o céu ou para o inferno, a única verdade é esta: o homem que não alivia as misérias do corpo e os tormentos da alma a seu irmão não é amigo de Cristo e não entrará no seu reino.

            É ele, o eterno Crucificado do Gólgota, que anda pelos séculos, faminto, sequioso, sem veste nem lar, relegado a cárceres e hospitais – e os pseudo cristãos passam de largo, indiferentes, surdos aos clamores da humana angústia, cegos para as chagas de seus irmãos...

            O homem será salvo em virtude do maior sacrifício que oferecer por amor a Deus – e o maior de todos os sacrifícios é amar o Deus de infinita perfeição na pessoa do homem mais imperfeito, no “mais pequenino dos irmãos” de Cristo...


                                            
Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
(Edição da Revista dos Tribunais, SP - 1941)



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