“Amar a Perfeição na Imperfeição...”
JUN 09
(continuação do precedente)
Em
seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno preparado ao demônio e seus anjos! Porque eu estava com
fome, e não me destes de comer; estava com sede, e não me destes de beber;
andava forasteiro, e não me agasalhastes; estava nu, e não me vestistes; estava
doente e preso, e não me visitastes.
Perguntar-lhe-ão
também estes: Quando foi, Senhor, que te vimos com fome, ou com sede, ou
forasteiro, ou nu, ou doente, ou preso, e deixamos de acudir-te?
Ao
que ele lhes responderá: Em verdade, vos digo que o que deixastes de fazer a
algum destes mais pequeninos, a mim é que deixastes de o fazer.
E
irão estes para o suplício eterno; os justos, porém, para a vida eterna.
(Mateus 25, 41 ss)
* * *
É esta a mais sublime e a mais singela
lição de moral cristã que já se lecionou sobre a face da terra – a salvação do
mundo pela caridade, a perdição do homem pela descaridade.
Por mais que teólogos e moralistas
se tenham, através dos séculos, esforçado por descobrir outra porta para o céu
ou para o inferno, a única verdade é esta: o homem que não alivia as misérias
do corpo e os tormentos da alma a seu irmão não é amigo de Cristo e não entrará
no seu reino.
É ele, o eterno Crucificado do
Gólgota, que anda pelos séculos, faminto, sequioso, sem veste nem lar, relegado
a cárceres e hospitais – e os pseudo cristãos passam de largo, indiferentes,
surdos aos clamores da humana angústia, cegos para as chagas de seus irmãos...
O homem será salvo em virtude do maior
sacrifício que oferecer por amor a Deus – e o maior de todos os sacrifícios é
amar o Deus de infinita perfeição na pessoa do homem mais imperfeito, no “mais
pequenino dos irmãos” de Cristo...
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
(Edição da Revista
dos Tribunais, SP - 1941)
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