“Aborto e Rejeição
Em nossos estudos no Grupo Espírita
levantou-se o fato que alguns espíritos se mantêm crianças mesmo tempos após o
desencarne. Por outro lado - como sabemos -, não existem crianças em espírito.
Cabia, pois, buscar subsídio na literatura espírita. Encontramos a resposta no
texto abaixo, por si só auto-explicativo. Os trechos em negrito são destaques
do Blog.
“ Enquanto se
encontrava pensativa, os socorristas daquela clínica abortiva tudo faziam para
que ela desistisse do crime. Os seus pensamentos estavam embaralhados. De
repente, surgia uma criança linda, pedindo-lhe: "deixe-me viver! Não me
mate!" Mas, se os socorristas lhe chamavam pelo coração, outros espíritos lhe aguçavam a
vaidade. Era a luta entre o bem e o mal. Na hora em que Marina deu entrada na sala
médica, o olhar dos socorristas foi de desespero. Mais um crime seria ali
praticado, num matadouro de homens. O médico, Roberto, usando dos mais sofisticados métodos, em alguns minutos destruiu o trabalho de anos da espiritualidade. No momento da sucção, Marina
sentiu seu coração doer. Era o filho que se desligava do seu corpo. Olhou os
pedaços de carne atirados no lixo e pensou: "ainda bem que não tem
vida". Ela, porém, não assistiu, do lado espiritual, a uma equipe médica entrar em ação e tentar,
desesperadamente, impedir que o feto
sofresse demais. Contudo, mesmo recebendo boa assistência do departamento
encarnatório, o espírito não conseguia livrar-se da dor da rejeição e se contraiu de tal maneira, que o seu perispírito
sofreu uma sobrecarga energética e
continuou criança. Uns conseguem crescer aqui na Colônia, outros se vêem
ora criança, ora adulto. Não é raro
voltarem totalmente alucinados pela forma violenta do aborto. Esses são
confiados a excelentes psicanalistas ou psiquiatras, tal o trauma que sofrem.
Marina jogou o corpo do filho numa lata de lixo, corpo este que ela, com seu
parceiro, compuseram num ato de amor. Marina deixou, naquela clínica, um pedaço
do seu corpo e levou consigo um débito enorme. O grupo de socorristas sentia-se
desolado; por mais que prestasse auxílio à criança, ela, bastante perturbada,
retorcia-se nos braços dos enfermeiros e gritava sem parar.”
Luiz Sérgio
in “Deixe-me Viver”
Irene
Pacheco Machado
– 14ª Ed REMA 2008
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