domingo, 13 de maio de 2012

A Árvore e os Frutos (em Mateus)



A Árvore
e os Frutos

 12,31 “ Por isso, Eu vos digo: Todo pecado, toda blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra os santos espíritos não lhes será perdoada
12,32 Todo aquele que tiver falado contra o Filho, será perdoado. Se, porém, falar contra os santos espíritos, não  alcançará  perdão nem neste século, nem no século vindouro. 
12,33 Ou dizeis que a árvore é boa e seu fruto é bom, ou dizeis que é má e seu fruto mau; porque  é  pelo fruto que se conhece a árvore.
12,34 Raça de víboras, maus que sois, como podeis dizer boas coisas? Porque a boca fala do que lhe transborda do coração. 
12,35 O homem de bem tira boas coisas de seu bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más de seu mau tesouro.
12,36 Eu vos digo: Os homens prestarão contas de toda palavra ímpia que tiverem proferido.
12,37  É por tuas palavras que serás justificado ou condenado.” 

            Para  Mt (12,31-37) -A Árvore e os Frutos, lemos, em “Elucidações Evangélicas”, de Antônio Luiz Sayão:

            A fim de aprendermos o pensamento do Mestre através da linguagem de que Ele usava, precisamos despojar da letra o espírito, para o que mister se faz compreendamos bem o sentido verdadeiro destas palavras suas ditas especialmente aos que são chamados a receber a revelação nova: “O espírito é que vivifica; as palavras que vos digo são espírito e vida.”

            “Para  boa compreensão de Mt (12,31) -Blasfêmia contra os santos espíritos- devemos lembrar-nos de que o Espírito Santo, no entender dos Judeus, era o próprio Deus, ou a inteligência mesma de Deus. Referindo-se, pois, à blasfêmia contra o espírito santo, Jesus se referia à blasfêmia contra Deus. Segue-se daí que, quando dizia que só a blasfêmia contra o espírito santo nunca seria perdoada aos homens, ao passo que considerava passível de perdão a blasfêmia contra o filho do homem, Jesus claramente mostrava a diferença que há entre Ele, não obstante sua essência preciosa, a sua origem e a sua posição espíritas, e o Senhor onipotente; patenteava a sua inferioridade com relação a Este.

            A blasfêmia consiste em negar a Deus, em acusar de injustiça ou erro Àquele que é todo amor, ciência e justiça, que é a verdade absoluta. Que crime se pode a este comparar?

            Quanto ao pretender-se que, por haver dito que o que blasfema contra o Espírito Santo não terá perdão na eternidade, será réu de eterno delito, o divino Mestre haja formulado uma ameaça de penas eternas, nenhum fundamento há para semelhante dedução. Para os hebreus, de acordo com seus preconceitos, tradições e escrituras, os termos “eternidade”, “eterno”, “eternamente”, apresentam dois sentidos, podiam ser tomados em duas acepções diversas: um sentido absoluto, quando se referiam a Deus: um sentido relativo, quando empregados com referência aos homens, caso em que indicavam uma duração imensa, mas, por maior que fosse, limitada, condicionada a ter fim.”



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