O Culto Cristão no Lar
Escolha
um determinado dia na semana e, sempre à mesma hora, só ou na companhia de
pessoas de casa que o queiram acompanhar de boa vontade, faça uma prece. Prece
simples, humilde, sincera, não apenas pedindo graças mas, principalmente, luzes
e forças, a fim de bem entender e cumprir a vontade do Senhor. Depois da prece,
leia ou peça a alguém que leia um pequeno trecho do Evangelho esclarecido à luz
do Espiritismo (“O Evangelho segundo o
Espiritismo", de Allan Kardec, ou “Elucidações Evangélicas", de
Antônio Luiz Sayão). Medite bem sobre o que for lido e procure seguir aqueles
ensinos, que são os ensinos de Jesus. Procure afeiçoar seu coração ao
Evangelho, buscando exercitar-se na prática das virtudes exemplificadas pelo
Cristo. Procure fazer de seu lar um lar cristão, no qual se pratique e do qual
seja irradiado o amor a Deus e ao próximo, tal como nos ensinou Jesus. Procure
ser útil, procure ter a alegria de servir.
Faça tudo para manter em seu coração
e em torno de si um ambiente de paz, de harmonia, de boa vontade, de paciência,
de compreensão dos problemas e das necessidades alheias, de fraternidade, de
caridade, de resignação, de humildade sadia e digna e de fé esclarecida:
O culto cristão no lar é, pois, a
própria presença de Jesus. Acenda a luz da verdade eterna para que ela ilumine
não apenas os entes que você ama, mas também aqueles irmãos já despidos das
vestes físicas, que muitas vezes, em nosso lar, provocam, por ignorância, o
desassossego e a discórdia. Com a prece e o estudo, eles são levados pelos
Mensageiros do Senhor para um pouso de paz, higienizando, assim, o ambiente
espiritual em que vivemos.
Essa reunião íntima, à volta da
mesa, facilita a aproximação do guia espiritual de cada um
de nós, daqueles que, na verdade, nos podem ajudar em nome de Deus.
Se você quiser, poderá colocar sobre
a mesa um jarro com água para ser fluidificada. Reparta-a entre todos, ao final
da reunião, para que seu poder vivificante refaça as energias gastas.
As crianças e os jovens também podem
e devem participar, a fim de que formem seu caráter em bases sólidas, de
maneira a que possam encontrar em si mesmos, como homens, a força e a coragem
para os duros embates da vida.
Não se permitem, entretanto,
manifestações de Espíritos e, terminados os estudos, encerre a reunião com uma
prece. E assim, no esforço do bem, trabalhando, orando e vigiando nossos
próprios pensamentos, sentimentos, palavras e ações, para que estejam, tanto
quanto possível, de acordo com os ensinamentos e exemplos de Jesus - único
Mestre - esperemos, confiantes, a manifestação da misericórdia do Pai, sempre
amorosa e benéfica. Mas, tenhamos sempre presente que ser espírita é ser
cristão, é procurar seguir o Cristo, que não fugiu ao sacrifício da cruz para
nos exemplificar a submissão incondicional aos desígnios de Deus e não o
afastamento de toda e qualquer dificuldade que se nos anteponha, por indispensável
ao nosso aperfeiçoamento.
in ‘Reformador’ (FEB) em Março 1974
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