Com
a medida
que medirdes...
4,21
Dizia-Lhe ainda: “Traz-se, porventura, a lamparina para ser colocada
debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?
4,22
Porque nada há oculto, que não deva ser descoberto; Nada secreto que não
deva ser publicado.
4,23 Se
alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça.”
4,24 Ele
prosseguiu: “Atentai vós que ouvis: Com a medida com que medirdes, vos
medirão a vós, e, ainda se vos acrescentará. 4,25 Pois, ao que tem, se lhe dará, e, ao que não
tem, se lhe tirará até o que tem!”
Para Mc (4,24) - Com a medida que medirdes...- reproduzimos “Bênção de Paz”, de Emmanuel por Chico Xavier:
“O ofensor
apareceu diante de ti à maneira de um teste de aprimoramento moral. Injuriou-te
o nome. Zombou-te dos brios. Gritou-te
ameaças. Golpeou-te os sentimentos. Desafiou-te
a capacidade de tolerância. Apedrejou-te
os ideais. Escarneceu-se dos propósitos.
Torturou-te o pensamento.
Disse Jesus: “Ama
os teus inimigos”, mas não recomendou que os tomássemos por modelos de
serviço e conduta, quando os nossos opositores se afeiçoem ao mal.
Mentaliza um
homem estirado no charco. É razoável lhe estendas a mão, no fito de socorrê-lo;
entretanto, nada justifica te afundes, por isso, conscientemente no barro.
É preciso salvar
as vítimas do incêndio, mas a vida não te pede o mergulho desamparado nas
chamas.
O adversário é sempre alguém digno do
auxílio ao nosso alcance, mas, nem sempre, com desculpa de amor, devemos fazer
aquilo que ele estima fazer. ”
Da mesma fonte e
com referência a igual versículo de Marcos,
temos:
“Frequentemente
lastimamos enganos de que somos vítimas ou deploramos obstáculos desvinculados
de advertências edificantes que nos enriquecem a alma. Esperamos que amigos nos
evitem aborrecimentos, que instrutores nos garantam o passo... As leis que nos
regem, contudo, se expressam por evolução, crescimento, disciplina,
responsabilidade.
Uma criança, nos
primeiros tempos da experiência física, decerto contará com o amparo materno ou
com o auxílio de pajens dedicados, a fim de equilibrar-se nos próprios pés;
todavia, o tempo desenvolver-lhe-á entendimento e forma, situando-a na idade da
razão.
Chegada a esse
ponto a criatura já não pode refugiar-se no regaço alheio para obter apoio e
condução. Colocada entre os adultos que gravitam em torno de interesses
variados, é compelida a defrontar-se com os problemas que lhe digam respeito,
de modo a resolvê-los, com vistas a própria sublimação espiritual.
Imperioso, dessa
forma, que não se renda culto à desatenção nos caminhos da vida. Nos menores e
maiores acontecimentos do cotidiano é preciso saibamos analisar, de raciocínio
sereno, que sugestões edificantes a fé nos proporciona ou que lições vivas a
experiência nos traz.
Imaginemos alguém
atravessando a via pública sem a menor consideração para com os avisos do
trânsito, ou contraindo dívidas sem a mínima ideia de que responderá pelos
próprios atos. Claramente que, por fim, esbarrará com desastre e insolvência.
Assim também na
vida moral.
Ninguém vive acertadamente sem ponderação,
equilíbrio, discernimento, autoexame. Reflitamos em nossos compromissos,
deveres, tarefas, necessidades. Para que nos premunamos contra disparate e
imprudência, Jesus foi persuasivo, exortando-nos pelos apontamentos de Marcos:
“Atentai vós que ouvis”.”
Para Mc
(4,25) - ..ao que não tem até o
que tem lhe
será tirado! - leiamos “Livro da Esperança” de Emmanuel por Chico
Xavier:
“Reflitamos em
alguns quadros da vida:
- a quem se consagra ao serviço, mantendo o trabalho, mais
progresso;
- a quem auxilia o próximo, mantendo a fraternidade, mais recursos;
- a quem respeita o esforço alheio, mantendo a colaboração em louvor
do bem, mais estima;
- a quem estuda, mantendo a instrução geral, mais cultura;
- a quem cultiva compreensão, mantendo a concórdia, mais clareza;
- a quem confunde os outros, mantendo a obscuridade, mais sombra;
- a quem se queixa, mantendo o azedume, mais desânimo;
- a quem se irrita, mantendo a agressividade, mais desespero;
- a quem cria dificuldades, no caminho dos semelhantes, mantendo
obstáculos, mais problemas.
Na mesma
diretriz, quem se empenha a compromissos, mantendo dívidas novas, mais deveres
e a quem solve obrigações, mantendo novos créditos, mais direitos.
Nós todos - os
espíritos em evolução - temos algo a planejar e realizar, suprimir e
aperfeiçoar no mundo de nós mesmos.
A Doutrina
Espírita, desenvolvendo o ensino do Cristo, demonstra que, em toda parte, nas
realidades do espírito, daquilo que habitualmente mantemos teremos sempre
mais.”
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