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Antônio
Wantuil de Freitas
in ‘Reformador’ (FEB)
Abril 1974
A Conversão
ao Espiritismo
Nasceu Antônio Wantuil de Freitas a 23 de outubro de 1895, no então
arraial (hoje cidade) de Patrocínio do Muriaé, no Estado de Minas Gerais. Filho
do capitão Joaquim Olinto de Freitas e de D. Virgínia Maria de Freitas, aquele
nascido em ltabira de Mato Dentro, e esta em Cachoeira do Itapemirim.
Sua mãe casou-se aos 14 anos de
idade e teve cinco filhos.
Órfão de pai aos 5 anos, e de mãe
aos 22, Wantuil foi educado num meio
católico, tanto assim que, até aos 12 anos de idade, um dos seus desejos era
ser padre, gostando de ajudar missa e cantar no coro da igreja.
Sentiu grande atração para o
protestantismo metodista logo após diplomar-se, em 1913, pela então notável "Escola de Farmácia e Odontologia d'O Granbery", de Juiz de Fora. Brilhante
curso de Farmácia, quase todo com distinção, deu-lhe a oportunidade de
progredir na vida. As lutas pela existência afastaram-no do pensamento que, aos
18 anos, nutrira, qual seja, o de se fazer pastor metodista. Dedicou-se à
profissão em sua terra natal (1914-1918), em Presidente Soares (1918--1922), em
Manhumirim (1923) e, finalmente, no Rio de Janeiro, onde se instalou, desde
1924, como farmacêutico-industrial, fundando um laboratório de produtos
farmacêuticos. Em 1944 passou parcialmente aos filhos a direção do laboratório,
a fim de se entregar, de corpo e alma, aos interesses do Espiritismo.
Desligou-se completamente do mundo social, passando a viver exclusivamente para
esse ideal.
Como dissemos antes, a luta pela
vida levara-o a alhear-se de qualquer credo religioso, continuando embora a
cultivar sincera amizade com diversos padres e pastores. Já por esse tempo, o
jovem farmacêutico lia tudo quanto se referisse a religião e filosofia, a
Bíblia, o Alcorão, etc., pró ou contra, pois desejava estar atualizado com o
movimento religioso mundial.
Tal particularidade é muito
significativa, porque, desinteressado dos credos, não resistia à atração que o
assunto exercia sutilmente em seu espírito, satisfazendo-a com a sede de
conhecimentos que as leituras delatavam. É que o seu íntimo estava preparado
para render-se à doutrina que realmente atendesse aos seus mais recônditos
anseios. Sua conversão ao Espiritismo foi relatada no folheto "Uma
entrevista sensacional", divulgada em 1953. Começou numa drogaria do
centro da cidade do Rio de Janeiro, por ele frequentada quase que diariamente.
Ali trabalhava um senhor espírita, de grande cultura e íntegra moral. Wantuil pontilhava com gracejos e
ironias qualquer alusão ao Espiritismo. Em fevereiro de 1932, em resposta às
irreverências do nosso valoroso Wantuil,
convidou-o a assistir a uma sessão espírita. E lá se foi ele, totalmente
incrédulo, sem supor que ia ao encontro de sua estrada de Damasco. O fato se
verificou em 8 de março daquele ano.
A certa altura da sessão,
manifestou-se sua própria mãe, contando-lhe episódios de sua meninice, alguns
somente de ambos conhecidos. É fácil compreender a estupefação do incrédulo
assistente, que viu desmoronar seu ceticismo. Como explicar as revelações que
ouvira num ambiente em que era completamente desconhecido? Desde então, pôs-se
a estudar o Espiritismo e o fez durante meses seguidos
lendo tudo
quanto lhe caía sob os olhos, entre obras nacionais e estrangeiras.
Transformara-se, finalmente. A 27 de maio seguinte achando-se em Patrocínio do
Muriaé, aonde fora visitar um irmão enfermo, Wantuil foi compelido
pelas circunstâncias a presidir pela primeira vez, a uma sessão de doutrinação
de Espíritos.
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