sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Espiritismo e o Evangelho


O Espiritismo e o Evangelho
           
             Onde mais se fez sentir a importância do Espiritismo como libertador da consciência humana foi, sem dúvida, no Evangelho do Cristo. Com as poderosas luzes que lançou no Evangelho é que nos foi possível compreender o maravilhoso papel que o Divino Mestre desempenhou na Terra, a sublimidade dos seus ensinamentos e a vontade do Pai da qual foi o maior revelador,

            Da realização da vontade de Deus, consubstanciada nos dois grandes mandamentos cristãos, dependerá a felicidade, vãmente buscada por meios escusos.

            Não é desconhecido, nem do próprio irreligioso, que a confusão ideológica reinante, prenunciadora de sombrios dias, provém da falta de compreensão e de fraternidade entre os homens. Enquanto a fraternidade cristã não se estabelecer entre as criaturas, tudo o mais que se fizer nesse setor não passará de mera fantasia.

            Cultua-se muito o Cristo, pouco importando aos seus cultuadores o que ele realmente deseja de todos.

            Elaboram em erro os que acham que os ensinos do Mestre não foram eficientes na moralização dos povos, a despeito de inúmeras igrejas terem s ido edificadas em Seu nome. Se a culpa existe, esta deve ser atribuída única e exclusivamente aos seus pretensos seguidores, por lhe terem falseado os ensinamentos. Porque, à manjedoura de Belém, preferiram o trono de ouro; à humildade do Cristo, desejaram a vaidade do mundo. Eis a causa primacial.

            Hoje, os tempos são outros. O homem já começa a despertar para a realidade espiritual, farto que se acha dos engodos dogmátícos, O Espiritismo, Consolador prometido por Jesus c que deveria restabelecer todas as coisas, vem, a passos largos, cumprindo a sua alta missão de revelador do destino do homem e do futuro bom ou mau que o aguarda no Além, consoante as suas obras. Veio demonstrar, palpavelmente, que o homem não é esse barro que há ele transformar-se, mais tarde, em pó; mas, que nele habita algo de divino que sobreviverá ao perecimento do corpo somático, algo este que é ele mesmo.

            Quem quer que tenha estudado o Espiritismo, pela base, compreenderá, de pronto, a poderosa contribuição que ele oferece à elucidação do Evangelho. Com o florescimento do Espiritismo, a Boa-Nova, num futuro próximo, deixará de ser esse instrumento das ambições clericais, para ser, como realmente é, fator de alevantamento moral do homem e do seu encontro com o próprio Cria dor. Por isso, a tarefa do momento é a tarefa do Evangelho.

            Para que o Evangelho alcance o seu objetivo, torna-se necessário que saia dos lábios dos seus pregadores e lhes penetre o coração, exteriorizando-se em obras.

            É' grande, pois, o papel dos seus propugnadores na hora que passa. É mister que se revistam da humildade ensinada pelo Cristo e da indispensável vigilância para o seu feliz desempenho.

            E estejam certos que não caminharão sozinhos, porque esta tarefa conta com a simpatia do Alto.


           
Demetri Abrão Nami
in “Páginas Espiritas” (Ed. Alarico – 1960)

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