Lutas
Estamos diante do mundo.
O homem lutando contra o homem e dele se preservando torna árido o próprio coração a ponto de, por vezes, negar os benefícios do sentimento de fraternidade.
Há o homem, porém, de lutar contra si mesmo.
Nem sempre, embora desafiada pelo meio, precisará a criatura colocar-se em defensiva, menos ainda, deverá tomar a posição de opressor, alegando que não quer ser oprimido.
Poderemos rebelar-nos.
A rebelião cristã, todavia, é aquela que nos induz a violentar o nosso egoísmo, para que cresça em nós o amor ao próximo.
Alguém que pareça colocar em risco o nosso equilíbrio financeiro algumas vezes é singelo instrumento para testar o nosso sofrimento de altruísmo. Outro, cuja conduta se choca com nossos anseios pessoais, repetidamente é um infeliz que extravasa os seus ideais limitados tornando-se um credor de piedade.
Um que, aparentemente, frustrou os planos de nosso futuro, não deixa de ser um escravo de ambições íntimas, um esmoler da afetividade espírita-cristã.
Não sejamos egoístas, entre egoístas. Não há mérito em ser lobo entre lobos. Lutar contra o mal não é combater o próximo. Saibamos, pois, comportar-nos como convém à sã Doutrina.
Se não houver semeadores no campo do amor fraterno, só poderemos aguardar a multiplicação das dores.
Para afastar as sombras do egoísmo, que se avolumam ameaçadoras no horizonte de nossos dias, deveremos acolher o sol da caridade na intimidade do ser para que o amor seja luz contra as trevas.
J. Alexandre
in “Reformador” Dezembro 1972
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