Ditado de Ismael
1ª Comunicação Recebida
pelo médium Frederico Jr.,
no Grupo Ismael (Sayão)
em 15.07.1880
Reformador (FEB) 1º Outubro 1914
“Assim é, amigos e companheiros de trabalho: eu folgo, eu rio-me de contentamento quando nos vejo reunidos, empregando todos os esforços, na altura de nossas forças, para reabilitar o Espiritismo ainda em começo no Brasil, e no entanto já desnaturado pelos homens que não sabem se governar pela razão e o bom senso; pelas leis traçadas pelo Divino Mestre.
Eu me junto convosco para ver se podemos realçar os brilhos dessa doutrina por sobre a humanidade inteira, até hoje esquecida das lições do Divino Mestre.
Irmãos, o Espiritismo é belo, o Espiritismo é a doutrina mais pura e mais confidente que pode vir a Terra; porém, a par dessa sublimidade também tem ele muitas dificuldades que só o bom senso, só a criatura dotada de pura vontade pode se ver livre delas e progredir, a passos largos, na existência terrestre; e é por essas dificuldades e por essa falta de senso e boa vontade que muitos espíritos desesperam-se, enfraquecem-se na luta, maldizendo a hora em que viram a luz.
É porque os homens ingratos não sabem aproveitar a bondade do Todo Poderoso, nem imprimir no âmago de suas almas a grandeza de sua Misericórdia.
E sabeis como? Eu vos direi. Logo assim que conhecem o Espiritismo, a sede das maravilhas lhes transborda o cérebro e sem a luz da inteligência, sem o conhecimento das leis que regem os fenômenos da nova doutrina, sem se identificarem com a natureza das precauções indispensáveis ao aparecimento dos novos fenômenos, julgam-se habilitados a se apresentarem ao público, buscando por esse mundo dar testemunho das suas crenças, sem meditarem na falta dos elementos precisos para darem o mesmo testemunho.
Se são médiuns, entendem que a todo instante devam estarem em telegrafia constante com o mundo dos espíritos e, querendo dar uma aparência de caridade, principiam a oferecer-se em comunicações de parentes e amigos e de outros que já partiram da Terra; e é nessa confusão de coisas que está a dificuldade do Espiritismo.
Não é que a doutrina por si só não seja pura nas suas leis terminantes; mas são os seus adeptos que, como vos disse, levantam grandes abrolhos na estrada, porque ela deve passar radiante. E, irmãos, não estou fazendo um estudo profundo e minucioso do que se passa entre os Espíritos: o muito que deixo por dizer, vós o sabeis. Mas se estais perfeitamente compenetrados das inspirações dadas pelo Guia; e tendes a coragem de conduzir sobre os vossos ombros essa cruz feita de cardos, de urzes e de espinhos, trabalhe, trabalhe, e Ismael estará convosco, sempre vos aconselhando e vos ajudando a suportar o peso da cruz, e fale, chame os vossos amigos, os vossos irmãos, nos quais virdes mais dedicação e menos preconceitos. Chame-os para o nosso lado e continue a regar essa planta mimosa que nasce entre a humanidade, para que ela muito breve dê os frutos dignos do Senhor que a plantou.
Não há outro caminho a seguir: tudo está nos médiuns, eles que deem a verdadeira representação do seu perfil nas sessões espíritas e tudo se conseguirá.
Não se ofereçam para evocações. Quando um Centro não lhes parecer homogêneo neguem-se ao trabalho, porque assim pouparão elementos do seu cérebro e não darão ocasião a divertimentos, a que muitos estão acostumados.
A sua linguagem deve ser esta:
“Eu só trabalho quando o meu guia esteja a meu lado, e desde que os meus companheiros não me proporcionem a satisfação desta vontade, eu não trabalho; porque serei uma máquina sem maquinista, serei uma bússola sem agulha, serei um navio sem leme, e o meu estado é perigoso.
Procedam todos assim e o Espiritismo aparecerá entre os homens, com a grandeza dos seus brilhos. Medite e trabalhe.
Ismael
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