Allan Kardec
Algumas Ideias e Pensamentos (1)
Coligidos por Sylvio Brito Soares
Reformador (FEB) Abril 1957
Siglas usadas no final de cada ideia ou pensamento, indicadoras das obras de onde foram extraídos.
C. I. - O Céu e o Inferno
E. - O Evangelho segundo o Espiritismo
G. - A Gênese
L. E. - O Livro dos Espíritos
L. M. - O Livro dos Médiuns
O. P. - Obras Póstumas
Oq. - O que é o Espiritismo
P. E. - O Principiante Espírita
R - Reformador
R. S. - La Revue Spirite
Acaso
A harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez , pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. (L. E. - 51.)
Alma
Chamamos ALMA ao ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo (L.E. – pág. 13)
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Se o pensamento fosse propriedade da matéria, teríamos a matéria bruta a pensar. Ora, como ninguém nunca viu a matéria inerte dotada de faculdades intelectuais; como, quando o corpo morre, não mais pensa, forçoso é se conclua que a alma independe da matéria e que os órgãos não passam de instumentos com que o homem manifesta seu pensamento. (O.P. - 28.)
Amor
Amar o próximo é abjurar todo o sentimento de ódio, de animosidade, de rancor, de inveja, de
ciúme, de vingança, em uma palavra, todo desejo e todo pensamento de prejudicar; é perdoar aos seus
inimigos e fazer o bem em paga do mal que se receba; é ser indulgente para com as imperfeições de seus semelhantes e não procurar a palha no olho do vizinho, quando não se vê a trave em seu próprio; é velar ou escusar as faltas de outrem, em lugar de comprazer-se em po-las em relevo pelo desejo de denegrir; é ainda não se por em evidência à custa dos outros ; não tentar esmagar ninguém sob o peso de sua superioridade; não desprezar ninguém sob o peso de sua superioridade; não desprezar por orgulho a ninguém. (R.S., 1868. - R., 0utubro, 1949).
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Que o amor do próximo inscrito em nossa bandeira, seja a nossa divisa; que a pesquisa da verdade, de de qualquer parte que ela venha, nosso fim único!
(R.S. – l869, pág. 357 R. Out. 1951)
Aperfeiçoamento
O aperfeiçoamento do Espírito é fruto do seu próprio labor; ele avança na razão da sua boa vontade em adquirir as qualidades que lhe falecem. (O. P. 33.)
Arte
Assim como a arte cristã sucedeu à arte grega, transformando-a, a arte espírita será o complemento e a transformação da arte cristã. (O.P. 145.)
Bem
Espíritas, se quereis ser invencíveis, sede benevolentes e caritativos; o bem é uma couraça contra
a qual jamais prevalecerão as manobras da malevolência. – (R.S. - 1869, pág. 357. R. Out. 1951.)
Beneficência
A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que amor próprio se ressinta e salvaguardando lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola. Ora, converter em esmola o serviço, pela maneira de prestá-lo, é humilhar o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre orgulho e maldade. (E. 177.)
Bíblia
Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral são ininteligíveis, parecendo alguns até disparatados por falta da chave que faculte se lhes aprenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo, como já o puderam reconhecer os que a tem estudado seriamente e como todos, mais tarde, ainda melhor o reconhecerão. (E. 16.)
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A Bíblia, evidentemente, encera fatos que a razão, desenvolvida pela ciência, não poderia hoje aceitar e outros que parecem estranhos e derivam de costumes que já não são os nossos. Mas, a par disso, haveria parcialidade em se não reconhecer que ela guarda grandes e belas coisas. A alegoria ocupa ali considerável espaço, ocultando sob o seu véu sublimes verdades, que se patenteiam, desde que se desça ao âmago do pensamento, pois que logo desaparece o absurdo. (G. - 83.)
Caridade
A caridade é a alma do Espiritismo: ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com SCIlS sc m cllin nt cs ; é }Jor ;880 qur: se pode dizer que não há verdadeiro espírita sem caridade.
(R.S. 1868, R. Out. 1949.)
Casamento
Nem a lei civil, nem os compromissos que ela faz se contraiam podem suprimir a lei do amor, se esta não preside á união, resultando, frequentemente, separarem-se por si mesmos os que à força se uniram; torna-se um perjúrio, se pronunciado como fórmula banal o juramento feito ao pé do altar. Daí as uniões infelizes, que acabam tornando-se dupla desgraça que se evitaria se, ao estabelecerem-se as condições do matrimônio, se não abstraísse da única que o sanciona aos olhos de Deus: a lei do amor (E. -280.)
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