sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Reino dos Céus



O Reino dos Céus

 7,21  Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.         
7,22   Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em Vosso nome; e, não foi em Vosso nome que doutrinamos os espíritos e fizemos muita caridade?
7,23 E, no entanto, Eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de Mim.

           Para Mt (7,21-23) -O Reino dos Céus-, no Cap. XVIII de  “O Evangelho...”, de Kardec, encontramos  os seguintes comentários:

            “Todos aqueles que proclamam a missão de Jesus, dizem: Senhor! Senhor! Mas de que serve chamá-lo Mestre ou Senhor se não lhe seguem os preceitos? São cristãos aqueles que o honram por atos exteriores de devoção e sacrificam, ao mesmo tempo, ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a todas as suas paixões? São seus discípulos aqueles que passam dias em prece e não são com isso nem melhores nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com os seus semelhantes?  Não, porque assim como os Fariseus, eles têm a prece sobre os lábios e não no coração. Com a forma eles podem se impor aos homens, mas não a Deus.

                As palavras de Deus são eternas, porque são a verdade.

                 Elas são não somente a salvaguarda da vida celeste, mas a garantia da paz, da tranquilidade e da estabilidade nas coisas da vida terrestre; por isso, todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas que se apoiarem sobre suas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a pedra; os homens as conservarão porque nelas encontrarão sua felicidade; mas aqueles que as violarem, serão como a casa construída sobre a areia: o vento das revoluções e o rio do progresso as carregarão.”

            Para  Mt (7,21) - Nem todo o que me diz: Senhor! Senhor! entrará no reino dos céus...- leiamos “Livro da Esperança”, de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Declaras-te no sadio propósito de buscar evolução e aprimoramento, luz e alegria, entretanto, em várias ocasiões, estacas, recusando a estação de experiência e resgate em que ainda te vês.
                Deitas aflitivo olhar para fora e, frequentemente, cobiças sem perceber, as condições de amigos determinados, perdendo valioso tempo em descabidas lamentações.

                “Se eu contasse com mais saúde...” - alegas em tom amargo.

                Em corpos enfermos, todavia, há espíritos que entesouram paciência e coragem, fortaleza e bom ânimo, levantando o padrão moral de comunidades inteiras.

                “Se eu conseguisse um diploma distinto...”- afirmas com menosprezo a ti próprio.
               
                Não te é lícito desconhecer, porém, que o dever retamente cumprido é certificado dos mais nobres, descerrando-te caminho às conquistas superiores.

                “Se eu tivesse dinheiro...” - reclamas, triste.

                Mas esqueces-te de que é possível socorrer o doente e abençoar o próximo, sem acessórios amoedados.

                “Se eu possuísse mais cultura...” - asseveras, mostrando o verbo desapontado.

                E não te aplicas ao esmero de lembrar que nunca existiram sábios e autoridades, sem começos laboriosos e sem ásperas disciplinas.

                “Se eu alcançasse companheiros melhores...” - dizes, subestimando  o próprio valor.

                Entretanto, o esposo transviado e a esposa difícil, os filhos problemas e os parentes complicados, os colaboradores incipientes e os amigos incompletos são motivos preciosos do teu apostolado individual, na abnegação e no entendimento, para que te eleves de nível, ante a Vida Maior.

                Errados ou inibidos, deficientes ou ignorantes, rebeldes ou faltosos, é necessário aceitar a nós mesmos, tais como somos, sem acalentar ilusões a nosso respeito, mas conscientes de que a nossa recuperação, melhoria, educação e utilidade no bem dos semelhantes, na sustentação do bem de nós mesmos, podem principiar, desde hoje, se nós quisermos, porquanto é da Lei que a nossa vontade, intimamente livre, disponha de ensejos para renovar o destino, todos os dias.

                Ensinou-nos Jesus que o Reino de Deus está dentro de nós.

            Fujamos, pois, de invejar os instrumentos de trabalho e progresso que brilham na responsabilidade dos outros.

            Para superar as dificuldades e empeços de nossos próprios limites, basta abrir o coração ao amor e aproveitar os recursos que nos enriquecem as mãos.”       

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