domingo, 11 de setembro de 2011

55 Trabalhos do Grupo Ismael




55



SESSÃO DE 26 DE JUNHO DE 1940


Comunicação final,  sonambúlica


            O pavor sucedendo á estupefação nos dos mundos. - Como se sentem a Igreja da Terra e a do espaço. - Figura inexpressiva do Papa.- Falta de eco às suas palavras. - A confusão dos sacerdotes do espaço, nesta hora trágica. - O nenhum valor das fórmulas e dos ritos, bem como das palavras eloquentes, na predicação da verdade.- O coração como educador do homem. - A seleção natural dos Espíritos. - Como chegam eles ao plano espiritual. - O que fazem os homens, com relação às causas dos acontecimentos que os envolvem. - Atitude do timoneiro da barca. - Como devem pensar e agir os tripulantes do nau. - Mais do que nunca oportuno e necessário o conselho da oração e da vigilância. - A separação dos bodes e das ovelhas. - Como devem viver os discípulos do Cristo, uma vez que sobre as suas cabeças pairam as legiões do mal. - Como se hão de imunizar da lepra das paixões que degradam as criaturas. - Como viver uma vida plácida. - Prece à Virgem.


Médium: J. CELANI


            Companheiros caros, paz seja convosco.
            À estupefação sucedeu o pavor nos dois mundos que se completam. A Igreja da Terra, e a do espaço, porque desprezaram o Cristo, sentem-se embotadas e cegas para divisar as clareiras do futuro e o que aguarda a humanidade terrena, após vinte séculos de civilização supostamente moldada nos ensinos do carpinteiro.
            O papa, prisioneiro dos instrumentos de caldeamento das massas, é uma figura sem expressão. Sua palavra só ecoa na consciência dos potentados, quando se exprime de acordo com os interesses deles. Na consciência das massas, nulo é o seu efeito, porque não se firma na essência da palavra revelada pelo Verbo de Deus aos simples, de coração puro.
            Os sacerdotes do espaço não menos confusos se encontram nesta hora trágica, porque, colocados num plano que lhe proporciona maiores elementos de apreciação, anteveem a derrocada de suas ideias, a nulidade de sua ação e o destino que lhe está reservado, nas trevas exteriores, onde há choro e ranger de dentes.
            Sempre entendi, nos meus estudos do Evangelho, quando aí estive burilando, calcinando o meu espírito, também necessitado de progresso, que nada valem fórmulas, vem ritos, nem palavras eloquentes na predicação da Verdade, simples e pura.
            Sempre entendi que o coração é e dever ser o grande educador do homem. A caridade é a mensageira dessa verdade, a propaganda dessa educação. E, por assim entender e sentir, pude encerrar a última página do livro da minha vida na carne e encontrar nos cursos superiores do Infinito elementos para confirmação desse sentir e desse pensar.
            Vejo aqui a seleção natural dos espíritos. Eles vêm como que destinados a seus núcleos, segundo o grau de progresso que trazem. Estudam, debatem ideias, atraem sumidades das mais altas regiões do Infinito, para lhes esclarecerem as dúvidas na interpretação da ciência divina.
            Que fazem os homens? Cogitam, porventura, de conhecer as causas dos acontecimentos que os envolvem? Não. Atentam mais para futuro imediato das condições terrenas, preocupados com a satisfação dos gozos do século. Por isso, quando das grandes hecatombes, ou por eles mesmos provocadas, na sua cegueira e maldade, ou provenientes dos cataclismos naturais do planeta, quedam-se apavorados, sem morte e sem bússola.
            A igreja pequena, da Terra e do Espaço, começa a vislumbrar as suas tremendas responsabilidades nesse caos que domina a mente do homem moderno, no planeta.
            Mas, é o Filho do Homem, quer dizer: o Espirito não nascido do conúbio dos sexos, o timoneiro da barca. Ele sente fúria dos mares encapelados e percebe os escolhos á frente de sua singradura. Contempla, porém, sereno o deslizar da nau por sobre o furor das ondas, porque vê além, muito além, o plácido porto que a espera.
           Assim é que deveis pensar e sentir, já que sois marinheiros dessa nau. Nela embarcastes por vontade própria e assentimento do Mestre. Confiai que, depois da tempestade, chegareis com Ele do bonançoso porto.
          Mas precisais enfrentar a fúria dos elementos, vencer as paixões humanas e as vossas próprias paixões, antes que possais realizar dentro de vós mesmos os festins da paz, da esperança, o amor com o vosso Cristo e nosso Mestre.
          Meus companheiros, nunca  foi mais oportuno o conselho da oração e da vigilância. O turbilhão envolve a humanidade. É’ bem a separação dos bodes e das ovelhas o que se processa. Os discípulos do Cristo devem viver em silêncio e em prece, porque sobre suas cabeças pairam as legiões do mau, prontas a atender aos chamamentos dos corações humanos. Assim, aqueles que quiserem servir ao Cristo e à sua obra precisam imunizar-se contra a lepra das paixões que degradam as criaturas humanas levando-as à categoria das feras. 
          Nunca foram tão necessárias a vigilância e a oração para os que quiserem viver uma vida plácida, apegados à sua crença em espírito e verdade, dentro do torvelinho dessa lutas pavorosas, mas indispensáveis para salvação da humanidade.
          Maria, Mãe carinhosa, obrigado, por mais esta hora de labor que concedeste ao servo de seu Filho. Volvo os olhos para o passado de séculos e vejo as mãos ensanguentadas e o cérebro encandecido por ideias de vingança e maldades. Vejo também o marco da nova estrada que o meu Espírito, em companhia destes, vem percorrendo, em busca de teu Filho, da tua pureza, da sua moral.
          Ajuda-nos, a estes que ainda se acham na carne e a nós libertos dela, para a realização desta obra que redime séculos de crimes, obra de purificação, de fraternidade, de amor, prescrita pelo teu Filho divino.
          Ajuda-nos; sê para nós outros o que o Cirineu foi para o teu Filho na via-sacra de redenção dos homens. Lustra os nossos corações, para que possamos sentir e guardar a essência do Evangelho santo. Defende com a coorte dos teus servidores as portas da Casa de Ismael e os lares dos seus fieis trabalhadores, afim de que eles deem tudo o que esteja nas suas possibilidades ao serviço da humanidade.
Obrigado, Faze que o olhar de Nosso Senhor Jesus Cristo não se afaste deles um só instante.
          Paz, meus companheiros. Recomendo-vos muita concentração na reunião próxima . Possivelmente os nossos rogos serão ouvidos e mereceremos uma graça maior.Ide em paz para os vossos lares e até breve. – Bittencourt.



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