segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Jesus inicia sua pregação



Jesus começa a Pregar

            4,12 Quando, pois, Jesus ouviu que João fora preso, retirou-se para Galiléia. 4,13 Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali, 4,14 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: 4,15       “Na terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galiléia dos gentios, 4,16 este povo que jazia nas trevas viu resplandecer uma grande luz, e, surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte (Isaías 9,1)”   4,17   Desde então, Jesus começou a pregar: “Fazei penitência, pois o reino de Deus está próximo!”     
 ***

            Serão muitas as vezes que leremos mensagens enviadas pelo espírito Emmanuel.  Se tivéssemos que atribuir a Ele um título certamente o chamaríamos de Paulo de Tarso no Século XX, tamanha a quantidade e a qualidade dos seus escritos evangélicos, fazendo lembrar as Epístolas que Paulo, incansavelmente, fez espalhar por toda a antiguidade.
            Foi esse mesmo Emmanuel que deixou uma única mensagem gravada no Evangelho de Kardec. Neste século, ao intensificar suas comunicações com o plano físico, conforme ditames superiores, quis, a princípio, preservar sua identidade, como vemos a seguir  neste trecho extraído do Reformador datado de 01.02.1935:

            Louvo a intenção com que procurais elementos que comprovem a nossa identidade de comunicantes do Além; a mim, porém, dispensai-me dessa tarefa. Não é que eu desconheça os benefícios que dessa medida advém para quantos ai se colocam na posição de observadores e analistas, à cata de razões que os esclareçam no caminho da verdade. Todavia, desejo ser como o humílimo operário, obscuro e anônimo, de todas as grandes obras do vosso planeta. Há motivos imperiosos para que eu proceda assim, visando a conservação da relativa paz de que desfruto na minha vida espiritual.”
            Deixai pois que eu seja o proletário anônimo de Jesus.”

            Não o conseguiria, como melhor explica a história e seu amigo Chico Xavier: 
                                                                      
Emmanuel                                           
           
            Lembro-me de que, em 1931, numa de nossas reuniões habituais, vi a meu lado, pela primeira vez, o bondoso Espírito Emmanuel.

            Eu psicografava, naquele época, as produções do primeiro livro mediúnico (Parnaso de Além-Túmulo), recebido através de minhas humildes faculdades e experimentava os sintomas de grave moléstia dos olhos.

            Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso, sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presença, mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim, dentro de reflexos luminosos que tinham a forma de uma cruz.

             Às minhas perguntas naturais, respondeu o bondoso guia: -

            Descansa! Quanto te sentires mais forte, pretendo colaborar igualmente na difusão da filosofia espiritualista. Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida e o sentimento afetivo que me impele para o teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos...”

            Essa afirmativa foi para mim imenso consolo e, desde essa época, sinto constantemente a presença desse amigo invisível que, dirigindo as minhas atividades mediúnicas, está sempre ao nosso lado, em todas as horas difíceis, ajudando-nos a raciocinar melhor, no caminho da existência terrestre. A sua promessa de colaborar na difusão da consoladora Doutrina dos Espíritos tem sido cumprida integralmente. Desde 1933, Emmanuel tem produzido, por meu intermédio, as mais variadas páginas sobre os mais variados assuntos. Solicitado por confrades nossos para se pronunciar sobre esta ou aquela questão, noto-lhe sempre o mais alto grau de tolerância, sensibilidade e doçura, tratando sempre todos os problemas com o máximo respeito pela liberdade e pelas idéias dos outros. Convidado a identificar-se, várias vezes, esquivou-se delicadamente, alegando razões particulares e respeitáveis, afirmando, porém, ter sido, na sua última passagem pelo planeta, padre católico, desencarnado no Brasil.

             Levando as suas dissertações ao passado longínquo, afirma ter vivido ao tempo de Jesus, quando então se chamou Públio Lêntulus. E de fato, Emmanuel, em todas as circunstâncias, tem dado a quantos o procuram o testemunho de grande experiência e de grande cultura.

            Para mim, tem sido ele de incansável dedicação. Junto do Espírito bondoso daquela que foi minha mãe na Terra, sua assistência tem sido um apoio para o meu coração nas lutas penosas de cada dia.

            Muitas vezes, quando me coloco em relação com as lembranças de minhas vidas passadas e quando sensações angustiosas me prendem o coração, sinto-lhe a palavra amiga e confortadora. Emmanuel leva-me, então às eras mortas e explica-me os grandes e pequenos porquês das atribulações de cada instante.

             Recebo, invariavelmente, com a sua assistência, um conforto indescritível, e assim é que renovo minhas energias para a tarefa espinhosa da mediunidade, em que somos ainda tão incompreendidos.

            Alguns amigos, considerando o caráter de simplicidade dos trabalhos de Emmanuel, esforçam-se para que este volume despretensioso surgisse no campo da publicidade.

            Entrar na apreciação do livro, em si mesmo, é coisa que não está na minha competência. Apenas me cumpria o dever de prestar ao generoso guia dos nossos trabalhos a homenagem do meu reconhecimento, com a expressão da verdade pura, pedindo a Deus que o auxilie cada vez mais, multiplicando suas possibilidades no mundo espiritual, e derramando-lhe n’alma fraterna as luzes benditas do seu infinito amor.

Pedro Leopoldo, 16 de Setembro de 1937
Francisco Cândido Xavier      

            Uma das mais lindas páginas da literatura espírita registra...
           
O Encontro
de Públio Lêntulus com Jesus,

            O encontro do orgulho e do materialismo com a pureza, dos valores da matéria com os valores eternos.
             O texto é do próprio Emmanuel em “Há 2000 anos”. Negar a Cristo e seus valores, muito custou a Emmanuel em provas e reflexões através de séculos:

            “Das águas mansas do lago de Genesaré parecia-lhe emanarem suavíssimos perfumes, casando-se deliciosamente ao aroma agreste da folhagem.

            Foi nesse instante que, com o espírito como se estivesse sob o império de estranho e suave magnetismo, ouviu os passos brandos de alguém que buscava aquele sítio.

            Diante de seus olhos ansiosos, estacara personalidade inconfundível e única.

            Tratava-se de um homem ainda moço, que deixara transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.

            Públio Lêntulus não teve dificuldade em identificar aquela figura impressionante, mas, no seu coração marulhavam ondas de sentimentos que, até então, lhe eram ignorados. Nem a sua apresentação a Tibério, nas magnificências de Capri, lhe havia imprimido tal emotividade ao coração. Lágrimas ardentes rolavam-lhe dos olhos, que raras vezes haviam chorado, e força misteriosa e invencível fê-lo ajoelhar-se na relva lavada em luar. Desejou falar, mas tinha o peito sufocado e opresso. Foi quando, então, num gesto de doce e soberana bondade, o meigo Nazareno caminhou para ele, qual visão concretizada de um dos deuses de suas antigas crenças e, pousando carinhosamente a destra em sua fronte, exclamou em linguagem encantadora, que Públio entendeu perfeitamente, como se ouvisse o idioma patrício, dando-lhe a inesquecível impressão de que a palavra era de espírito para espírito, de coração para coração:

            - Senador, por que me procuras ?

            Para Mt (4,17) -Fazei penitência - leiamos a Antônio Luiz Sayão em “Elucidações Evangélicas” (Ed. FEB):

            Fazei penitência, pois o reino do céu se aproxima, o que significa: chegou o tempo de ouvirdes o Enviado de Deus, o qual vos vem trazer a luz da verdade que, tirando-vos das trevas em que vos lançaram os vossos pecados, vos patenteará a estrada que leva ao céu ou seja: à perfeição  na pureza. Fazei penitência: arrependei-vos dos vossos erros, faltas e crimes, para poderdes ver a luz, para serdes por ela alumiados e, deixando as trevas em que jazeis, tomardes a senda do progresso espiritual e subirdes ao seio de Deus.

            Hoje, pela boca dos Espíritos, seus mensageiros, o mesmo Jesus clama: chegou o tempo de estudardes o Consolador, que vos vem ensinar os Evangelhos em espírito e verdade.

            Então, pela virtude do espírito, voltou Jesus para a Galileia. Quer isto : sendo ele sempre Espírito, sob as aparências humanas que tomara, transportou-se para os confins da Galileia, com a rapidez do relâmpago, como fazia sempre que viajava só, pelo poder ou faculdade que tem o Espírito de ir de um ponto a outro, tão célere quanto o pensamento.”



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