quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Colombina


Colombina        

Mascarada mulher o rabecão trouxera.
Morrera em pleno baile a frágil Colombina
E, no egrégio salão de culto à Medicina,
O professor leciona, em voz veemente e austera.

-“Rapazes, comtemplai! É rameira e menina.
Também ébria no vício e com certeza era
Devassa meretriz, mistura de anjo e fera,
Flor de lama e prazer, Vênus e Messalina.”

Em seguida, a cortar, rompe a seda sem custo
Desnuda-lhe, solene, a alva pele do busto,
Afasta, indiferente, as flores de rendilha...

No entanto, ao descobrir-lhe a face triste e bela,
O mestre cambaleia e chora junto dela...
Encontrara na morta a sua própria filha.

Júlia Cortines por Chico Xavier
in “Luz no Lar” (2ª Ed. FEB 1972)


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