Velhos Registros
de Fenômenos Espíritas
Lino Teles
Reformador (FEB) Maio 1963
Já vimos em ‘Os Atos dos Apóstolos’ e ‘A Gênese’ alguns fatos espíritas que serviram de base ao Cristianismo e ao Judaísmo. Aqui vamos continuar examinando esses venerandos documentos do passado.
Em Êxodo- Aparece no Monte Oreb um anjo a Moisés e com ele trava vigorosa discussão: declara-se o deus dos hebreus e dá a Moisés a missão de levantar o povo que está escravizado aos egípcios, fazendo dos escravos uma nação. Moisés se declara inepto para essa missão e tenta recusá-la; mas o deus insiste. É preciso libertar os escravos e levá-los para uma terra livre. Essa conversação continua nos capítulos seguintes (3:2 a 22).
Em 4:27, o mesmo Espírito fala a Aarão, irmão de Moisés, convocando-o a colaborar com o irmão. Aarão é bom orador e falará por Moisés. Todo o livro está repleto de conversações de Moisés e de Aarão com esse deus dos hebreus, que é um Espírito elevadíssimo, de tremenda energia.
Miriam, irmã de Moisés e Aarão, igualmente é profetisa (15:13).
Em 20:1 a 7, Moisés recebe o Decálogo. Continua a conversação e o deus dos hebreus vai ditando as leis civis e religiosas. Chega a todos os pormenores. Todo o Êxodo é formado de conversações dos homens com o Espírito que se diz o deus dos hebreus. Passemos ao livro seguinte.
Em Levítico
- Continuam as conversações de Moisés com o deus dos hebreus. Entra nos pormenores das leis religiosas. Fica estabelecida uma sábia Reforma Agrária, por ordem do deus dos hebreus. Acha-se em 25:8 a 32, juntamente com outras leis sociais interessantes. A finalidade dessas leis era evitar os latifúndios e o empobrecimento do povo. Todo o capítulo 25 do Levítico tem hoje muita atualidade, porque estão se fazendo a ferro e fogo as reformas sociais já propostas pelos Espíritos há mais de 3 mil anos, e que deveriam ser feitas em paz, como dever religioso.
Em Números
- O livro que se segue ao Levítico na Bíblia é o de Números, onde continuam as conversações do deus dos hebreus com Moisés e Aarão.
Em 12:1 a 15 vem relatada a diferença entre as faculdades mediúnicas de Míriam e Aarão e as de Moisés. Com Moisés o deus fala diretamente, face a face, diríamos mesmo de igual para igual; com seus irmãos ele fala apenas por inspiração. Estes são menos elevados e não podem opor-se a Moisés.
Em 23:31 a 35 aparece um anjo a Balaão e conversa com ele. Depois disso, Balaão se torna profeta.
Em 27:12 a 18, o deus anuncia a Moisés sua própria morte e este lhe pede que nomeie seu sucessor. Jeová, isto é, o deus dos hebreus, nomeia Josué para dirigir o povo depois da morte de Moisés.
Em Deteronômio
- Em seguida ao livro de Números vem Deuteronômio, que é a recapitulação dos três livros anteriores. No capítulo 5: versículos 7 a 21, reaparece o Decálogo. Moisés relembra ao povo as ordens que recebeu de seu deus. Em 15:12 a 14, fica estabelecido que o escravo ficará livre no sétimo ano de serviço e não sairá pobre da casa de seu senhor: receberá bens de acordo com a riqueza do senhor. Era uma lei social adiantadíssima para aquele tempo. Até hoje o Deuteronômio é considerado o maior monumento legislativo de todos os tempos e Moisés é respeitado como o maior legislador, mas a obra toda é ditada pelos Espíritos e Moisés nunca redigiu nela uma única cláusula. É obra tão mediúnica como a de Francisco Cândido Xavier, recebida em nossos dias.
É de sumo interesse do estudioso confrontar a velha literatura religiosa da Bíblia com a moderna do Espiritismo, para ver que a Revelação é progressiva e eterna, mas una em sua essência: sempre são Espíritos comunicando-se com os homens.
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