Póstumo
de M. Quintão
Reformador (FEB) 15.9.1908
Jaz no limo, desfeita, apodrecida
A pobre veste que despi na Terra!
E de peias isento, nesta vida,
Meu ser exulta à nova luz em que erra.
Do mal vencida a tenebrosa guerra,
Com ela a humana dor também vencida,
Ao bem, por Deus, o espírito se aferra,
Que é bom rever a crença não descrida.
Homens que lamentais a minha sorte,
Filhos que aí deixei, entes queridos,
Não choreis, não choreis a minha morte!
A morte é sombra passageira, e agora
-Ave desperta em páramos floridos -
Eu vivo, eu canto a minha eterna aurora.
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