terça-feira, 5 de julho de 2011

'Felizes ou Infelizes'



       
Felizes
   ou infelizes?
(Realidade espírita, observada nos dois planos)


Leopoldo Machado
Reformador  (FEB)  Julho 1943 (?)


            A família é grande e muito unida.
            O mais perfeito exemplo de uma colmeia humana, onde a divisa pode ser ‘um por todos, todos por um’.
            Família que serve de modelo para vizinhos e conhecidos.
            A vida lhes tem corrido alegre e feliz.
            Mas, chegaram-lhe, exatamente por serem precaríssimas a alegria e a felicidade terrenas, as primeiras lágrimas, as dores primeiras.
            Morre-lhe de parto uma senhora e o filhinho. A curto espaço, um rapaz, de mal desconhecido. E mais outro, de acidente. E a velha, que era o esteio do lar, num desastre de auto. E outro filho, de pneumonia dupla. E mais outro da família, num naufrágio.
            Tudo, a curtos intervalos.
            Era, então, de ouvir-se de vizinhos e amigos:
            - Até parece castigo do céu, tanta morte junta, assim!
            - Que família infeliz!
            - Infelizes todos: os que vão e os que ficam!

                                   ***

            No plano espiritual, era outra a cena:
            É que, se há famílias formadas de Espíritos inimigos de outras vidas, para que, pelos laços familiares, as inimizades do passado se transformem em amizades do presente e de futuro, também as há de Espíritos afins, para a graça de, juntos, realizarem suas ascese à perfeição.
            Parece da segunda espécie a família grande e muito unida, cujos membros estão morrendo amiúde.
          Os amigos, parentes, guias espirituais e Espíritos afins vão recebendo, na Espiritualidade, os membros chamados por Deus, por já terem cumprido, suficientemente, sua provas e funções na vida material.
            E todos vão recebendo felicitações por se verem livres do cárcere da carne a tão curtos intervalos.
            De muitos, são estes os comentários:
            - Até parece prêmio do céu, tanta gente chamada, a tão curto intervalo, por Deus!
            - Que família felicíssima!
            Felizes todos: os que desencarnaram, por verem terminadas suas provas e funções na carne, e os que ficam, porque vêem seus entes queridos libertos das maldades do mundo! 
            E, da Terra, as preces e saudades dos que partiram vai descendo aos que ficaram.
            E, da Terra, as preces e saudades dos que ficam vão subindo, espiritualmente, aos que se foram.
         Uns e outros, na certeza de que, um dia, perto ou longe, na Terra ou no Espaço, estarão, de novo, reunidos, para novas asceses, rumo à Perfeição, a Deus.          


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