sexta-feira, 22 de julho de 2011

49 Trabalhos do Grupo Ismael


49


SESSÃO DE 15 DE MAIO DE 1940

Comunicação final, sonambúlica


            Felicidade dos que manuseiam o livro da vida. – A palavra da Santa Sé em meio do estridor das paixões. – Porque não tem eco essa palavra. – A atitude da Santa Sé, em face do advento do Consolador. – O que fez no uso e gozo da infalibilidade que a si mesma se outorgou. – A falência do seu credo, a derrubada do seu poderio. – A violência como caminho para a salvação. – Como despertará do seu letargo a Igreja. – O quadro da atualidade e a aurora que se aproxima. – Não devem os discípulos do Evangelho tomar partido nas lutas de extermínio ora travadas. – Qual a conduta que devem seguir.


Médium: J. CELANI


            Deus vos abençoe.
            Sois felizes, filhos. Entretanto, talvez a vós mesmo escape a vaila destes momentos de que gozais despreocupados das coisas transitórias e em que, manuseando o Livro da Vida eterna, procurais diliatar a vossa compreensão das causas a cujos efeitos o mundo assiste isensivel, sem as profundar, nem compreender as consequências que produzirão no futuro.
             E no meio do estridor das paixões, a Santa Sé, a cúpula da Cristandade, no dizer dos homens, no entender dos hipócritas e dos de má vida, a Santa Sé, em meio do fogaréu de paixões, lança a sua palavra de ordem que nada significa. Não tem eco essa palavra. Por quê? Porque não tem expressão, nem sentimento. É tarde para voltar atrás, com o fito de evitar a consumação dos fatos.
            Há mais de meio século, proclama-se entre a Cristandade uma nova doutrina que vem restabelecer os ensinos do Cristo, conspurcados; e o que fez a Santa Sé, que se inculca a depositária na Terra, da palavra evangélica? Estudou o fenômeno, procurou analisar-lhe a finalidade,à luz dos ensinos legados pelo seu fundador, o Cristo? – Não. No uso e gozo da infalibilidade que a si mesma se outorgou, ela proferiu anátema contra o Consolador que se apresentava na arena, por meio da coorte dos desbravadores do caminho. Exortou as massas a que fechassem os ouvidos às vozes dos ‘’demônios’’ e prosseguissem nos atalhos pelos quais vem ela conduzindo a humanidade sofredora.
            Essas as causas da falência da sua autoridade. Ela clama, porque vê e sente a falência do seu credo, a derrubada do seu poderio; porém, onde a sua autoridade para clamar contra a violência, quando calou ante as violências que praticaram em volta dos seus muros? Não se serve ao Cristo por essa forma. Servir ao Cristo é amar à Verdade, é cultuar a justiça, encorajar o fraco e verberar a violência do forte.
            Quando a humanidade imperfeita, sem moral, desvaira, como contê-la? Só o poder de Deus, meus caros filhos, salvará o mundo. Mas, o mundo está salvo, porque a violência é o caminho necessário para conduzi-lo à salvação, uma vez que o mundo não quis seguir, pela mão do Cristo, a estrada do amor. O mundo está salvo, porque quem dirige o mundo não são os ditadores efêmeros, mas o Cristo de Deus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
            A Igreja será lavada em sangue, para que desperte do letargo de tantos séculos. Voltam-se contra ela, em ricochete, as paixões que alimentou e provocou com o desviar-se da pureza do Cristianismo. Quando assim for, nova era começará para a Terra, porque o Cristo será compreendido e sentido nos corações dos homens.
            Vejo os campos talados, rios de sangue, choques de armas e o bramido das paixões de quantos, no Infinito, se põem de parceria como o clangor das trombetas apocalípticas... Contemplo sereno esse quadro, porque, por mercê do meu Mestre, varando-o, vejo além a nova aurora, que é a aurora prometida para o advento do Consolador. São os homens a caminhar para o Consolador  e não o Consolador  para os homens.  Estes avançam arrimados ao bordão do Evangelho e com os seus corações abertos à prática do altruísmo cristão. Vejo esses corpos mutilados, redivivos no Infinito, nas Escolas preparatórias dos Espíritos que hão de voltar à Terra para a grande tarefa prenunciada nos Evangelhos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
            Meus filhos, diante de tudo quanto sabeis, porque vos tem sido revelado, de tudo quanto apreendeis do Evangelho que vindes estudando, não é possível haja entre vós quem se apaixone por efeitos, cujas causas conhecemos. Sabeis que os homens são instrumentos das Leis; sabeis que a violência não conduz ao Céu, na frase do Cristo, mas que somente o amor constroi para a eternidade. Como então tomar partido nessas lutas de paixões, de extermínio de irmãos criados para o amor, para o trabalho e para o progresso?
            Não é possível conciliar a qualidade de discípulos de Jesus com o partidarismo nessas lutas fraticidas. Parece, pois que a conduta de todos os crentes deve ser uma: - orar, pedir ao Pai que esclareça as inteligências daqueles que governam as nações, para que pocurem ver, acima e não em torno de si mesmos, os problemas que demandam solução para o bem dos povos. Eis o que se me afigura acertado aconselhar-vos, nestes momentos de dolorosas provações para todos.
            Meus caros filhos, eis o meu recado e a minha colaboração ao vosso trabalho de hoje. Perdão, se não agradou o que vos disse; mas, quem dá o que tem não é a mais obrigado. Deus vos abençoe e mantenha, em torno de vós, a ronda de seus Mensageiros, a fim de que não quebranteis a vossa vigilância e oração.
            Paz fique convosco. – Romualdo. 


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