HISTÓRIA De LOUIS BRAILLE
Encarnou em 04-01-1809.
Desencarnou em 06-01-1852.
Todo mundo tem ouvido falar sobre o Sistema “Braille” para os cegos. Mas, poucas pessoas sabem porque ele é chamado Braille ou quem era Louis Braille. No ano de 1812, Louis Braille era um menino. Vivia ele em Coupvray, uma pequena cidade a 40 quilômetros de Paris. O pai de Louis tinha uma loja, onde se fabricavam artigos de couro. Um dia em que Louis brincava na loja, tendo em suas mãos uma sovela, instrumento cortante, caiu , enterrando a ponta do instrumento em um dos olhos. Mais tarde, contudo, tornou-se cego dos dois olhos. Embora tivesse apenas sete ou oito anos, já era obrigado a andar com uma bengala. O povo de sua cidadezinha se apiedava, quando o via tão pequeno, completamente cego, seguindo seu caminho pelas ruas com uma bengala, a fim de encontrar a sua direção.
Poucos anos depois, Louis entrou para uma escola para cegos em Paris. Lá aprendeu a ler, isto é, aprendeu a reconhecer as 26 letras, sentindo-as com os dedos. Mas as letras tinham cerca de 20 centímetros de largura e altura. Este era naturalmente um sistema muito primitivo de ler. Um artigo pequeno enchia inúmeros livros e cada livro ocupava pesava de 4 a 5 quilos.
Mais tarde, Louis tornou-se professor nesta escola. Ele, todavia, ansiava por encontrar um sistema de leitura bem melhorado para o cego, mas isto não era fácil. Um dia, em visita à sua casa, ele disse a seu pai:
“- As pessoas cegas são as mais isoladas do mundo. Eu posso descrever um pássaro distinguindo-o de outro pelo som. Eu posso conhecer a porta de uma casa sentindo-a com a minha mão. Mas há inúmeras coisas que eu não posso ouvir nem sentir. Somente os livros podem libertar o cego. Mas não há livros para lermos.”
Um dia, porém, estava ele sentado em um restaurante com um amigo, que o ouvia ler, pacientemente, um artigo de jornal. Este artigo era sobre Charles Barbier, um capitão do Exército, que tinha um sistema de escrever, o qual podia ser usado no escuro. Ele o chamava de escrita da noite (night writing).
Neste “night writing” o capitão usava um sistema de pontos e traços. Os pontos e traços eram construídos no papel, assim a pessoa podia senti-los com seus dedos. Quando Louis ouviu falar sobre isto, tornou-se muito excitado. Começou a falar e a soluçar.
“- Por favor, Louis’, disse seu amigo, ‘- O que há? Todos estão olhando para você.”
“- Finalmente eu encontrei a resposta para o problema do cego’, disse: ‘agora, o cego pode ser livre.”
No dia seguinte, Louis foi orientar-se com o capitão do Exército e perguntou-lhe sobre seu sistema. O capitão explicou-lhe que usava um punção ou estilete, instrumento com uma ponta afiada para fazer os furos e traços no outro lado do papel. Certas marcas significavam uma coisa, outras marcas, outras coisas. O instrumento que o capitão usava era do mesmo tipo que ferira Louis quando brincava há tantos anos antes. “-Estou certo de poder usar este sistema,’ -disse Louis, ‘para ajudar as pessoas cegas a ler e lhes dar livros.”
Este foi um maravilhoso dia para Louis. Mais tarde, ele começou a estudar este novo sistema para usá-lo com o cego. Estudou diferentes maneiras de fazer os furos e traços sobre o papel. Finalmente, conseguiu um sistema simples no qual usava seis furos em diferentes posições dentro de um espaço. Ele podia fazer 63 combinações diferentes. Cada combinação indicava uma letra do alfabeto ou uma pequena palavra. Havia também combinações para indicar marcas de pontuação, etc. Breve, Louis escreveu um livro usando o sistema “Braille”. Primeiramente, o povo não acreditou que o sistema de Louis Braille fosse possível ou prático. Uma vez, Louis falou diante um grupo de pessoas. Ele lhes mostrou como podia escrever estes furos no papel, quase ao mesmo tempo que alguém lesse alguma coisa para ele. Mas não lhe deram crédito. Afirmaram ser impossível fazer isso. Disseram inclusive que Louis decorava ou que lhe ditaram. Em toda parte a mesma coisa. As pessoas não acreditaram nele. Em alguns casos, por uma razão ou por outra, eles não queriam acreditar. Até o governo francês não queria ouvir nada sobre o sistema de Louis. Disseram que já estavam fazendo todo o possível para o cego.
Louis continuou sempre a trabalhar com seu sistema. Agora ele já era um homem doente. Cada ano tornava-se mais doente. Porém, trabalhava e trabalhava com seu sistema para torná-lo melhor. Ele construiu um sistema de pontos para Matemática e para a Música. Um dia, uma moça que nascera cega, tocava piano, magnificamente, diante de um grande auditório. Todos se encantaram. Então, a moça lhes disse que não deveriam agradecer-lhe por tocar tão bem. Deveriam fazê-lo a Louis Braille, só ele tornou possível o seu aprendizado e sua perfeição no piano. Ela lhes disse também que naquele momento Louis Braille era um pobre homem cansado e doente. Ele estava às portas da morte. Subitamente, depois de tantos anos, todos começaram a se interessar pelo sistema de Louis Braille. Os jornais escreveram artigos sobre ele. O governo interessou-se também pelo sistema de leitura para cegos. Amigos foram visitá-lo contando o que acontecera. Louis começou a chorar alto, dizendo: “- Esta é a terceira vez em minha vida que eu choro. A primeira, quando tornei-me cego. A segunda, quando ouvi falar sobre “night-writing” e agora porque sei que minha vida não foi um fracasso.” Poucos dias depois, Louis Braille morre. Tinha, ao falecer, somente 43 anos de idade.
Extraído de The Story of Louis Braille por Robert Dixon, gentileza da SPLEB, Sociedade Pró - Livro Espírita em Braile, Rio de Janeiro, RJ
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