sexta-feira, 17 de junho de 2011

Os primeiros discípulos


Os primeiros discípulos                       
        
      1,35 No dia seguinte, estava lá João, outra vez, com dois de seus discípulos  1,36 e, avistando Jesus que ia passando, disse: -Eis o Cordeiro de Deus! 1,37 os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram a Jesus. 1,38 Voltando-se Jesus  e  vendo  que  o  seguiam,  pergunta-lhes:  “ - Que buscais?” Disseram-Lhe: -Rabí,  onde  moras?  1,39 “ -Vinde e vede”, respondeu-lhes  Ele. Foram aonde Ele morava e ficaram com Ele aquele dia. Era cerca da hora décima. 1,40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido a João e que o tinham seguido. 1.41 Foi ele então à procura de seu irmão e disse-lhe: -Achamos o Messias! 1,42 Levou-o a Jesus e Ele, fixando-lhe o olhar, disse: “ -Tu és Simão, filho de João: Serás chamado Cefas (Pedra).” 1,43 No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra  Felipe  e  diz-lhe:   “ -Segue-me!” 1,44 (Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro)   1,45 Filipe encontra Natanael e diz-lhe: -Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: -É Jesus de Nazaré, filho de José! 1,46 Respondeu-lhe Natanael: Pode porventura vir coisa boa de Nazaré? Filipe retrucou: -Vem e Vê! 1,47 Jesus  vê a Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: “ -Eis o verdadeiro israelita, do qual não há falsidade!”   1,48   Natanael    pergunta-lhe:  -Donde  me  conheces?    Respondeu   Jesus: “ -Antes que Filipe te chamasse, Eu te vi, quando  estavas  debaixo  da figueira.” 1,49 Falou-Lhe Natanael: -Mestre, Tu és o filho de Deus, Tu és Rei de Israel. 1,50 Jesus replicou-lhe:“ -Por que Eu te disse que te vi  debaixo da figueira? Crês, Verás coisas maiores do que esta”. 1,51 e ajuntou: “ -Em verdade vos digo, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o seu Filho.”

        Para -Que buscais? - Jo (1,38), tomemos “Caminho, Verdade e Vida”, de Emmanuel por Chico Xavier:
           “A vida em si é conjunto divino de experiências. Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. A aquisição de valores religiosos, entretanto, é a mais importante de todas, em virtude de constituir o movimento de iluminação definitiva da alma para Deus. Os homens, contudo, estendem a esse departamento divino a sua viciação de sentimentos, no jogo inferior dos interesses egoísticos. Os templos de pedra estão cheios de promessas injustificáveis e de votos absurdos. Muitos devotos entendem encontrar na Divina Providência uma força subornável, eivada de privilégios e preferências. Outros se socorrem do plano espiritual com o propósito de solucionar problemas mesquinhos. Esquecem-se de que Cristo ensinou e exemplificou.

            A cruz do Calvário é símbolo vivo. Quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios supremos. Sem a compreensão de Jesus, no campo íntimo, associada aos atos de cada dia, a alma será sempre a prisioneira de inferiores preocupações.

            Ninguém olvide a verdade de que o Cristo se encontra no umbral de todos os templos religiosos do mundo, perguntando, com interesse, aos que entram:  “ - Que buscais?””


        Francisco de Assis  foi, sem dúvida, um discípulo maior de Jesus. Encarnado estava durante o período que correspondeu a presença de Cristo entre nós e a entrega da dádiva de Seu Evangelho. Foi João Evangelista.

             Assim, achamos que vale a pena inserir aqui o início da história desse que foi luz num período de trevas intensas. Ajuda-nos também a consolidar o conceito de Espírito Santo - aquela plêiade de irmãos que, plenamente harmonizados no amor em Cristo, na caridade aos seus irmãos menores, colabora conosco para que não nos afastemos da estrada reta que nos levará ao Pai.

            Daremos um salto na história de mais ou menos 1000 anos, retornando após ao estudo, passo a passo, da mensagem de Jesus. Ajuda-nos neste salto Humberto de Araújo, autor de “Francisco de Assis e você...”  

            “Naquele tempo, presidia a Idade Média um clima de desregramentos em todas as camadas sociais.

            Atrocidades de toda ordem, domínio do mais forte sobre os mais fracos pelo dinheiro e pelo poder das armas, desrespeito aos compromissos assumidos e, sobretudo, a matança e o massacre de populações imensas e inocentes em nome de um suposto deus criador e fundador de determinada religião. O fausto e a pompa da religião dominante favoreciam as guerras de conquista. As hordas de bárbaros, fantasiados de religiosos, implantavam o terror, sufocavam o ideal dos puros de coração, multiplicavam as riquezas dos ricos que se tornavam cada vez mais cruéis.

            Entrementes, a mendicância se agigantava, os humilhados e ofendidos estavam sem rumo e só lhes restava dobrar os joelhos, beijar o chão, levantar os olhos aos céus e suplicar clemência ao apregoado Deus dos exércitos.

            O Cristianismo do Cristo lutava no silêncio dos eremitérios para sobreviver ao cristianismo político de papas e reis. O decadente Império Romano encontrou, a partir de Constantino, uma excelente oportunidade de reviver seu prestígio no século IV, precisamente em 312. E, mais que depressa, organizou uma igreja política “hasteando a bandeira do Cristo sobre o quartel general de anti-Cristo” (H. Rohden). E  a Itália era o berço dos acontecimentos históricos que se desenrolavam na Europa.

            Sucederam-se séculos e, no seu bojo, nasceram e renasceram alguns espíritos missionários entre milhões de espíritos mercenários.

            Lírios nos pântanos. Pepitas de ouro no lamaçal. Quão grande é a misericórdia do Senhor!
            O cristianismo do Cristo estava como que aguardando a oportunidade da chegada dos puros para dar os primeiros sinais de sua sobrevivência.


            Jesus havia dito: “Não vos deixarei órfãos.

            Precisamente nos fins do século XII e princípio do século XIII, em 1182, presume-se que em 26 de setembro, um lírio surge no pantanal. 

            Se a humanidade até aqui “estava como uma árvore invertida, suas raízes se voltavam agora para a Terra e suas folhas para o céu.” (Maria Sticco).

            O Papa Inocêncio III, tocado pela chispa divina que não nega Seu infinito amor a ninguém, anuncia “que o período expiatório e demolidor” do cristianismo se aproxima, antevendo a chegada do lírio e o seu perfume. Ele disse, no momento supremo de Sua agonia: “ -Perdoai-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem ”.

            Certamente, as súplicas dos santos mártires do Coliseu, de Jerusalém, de Marrocos, da Síria, do Egito e terras de além-mar foram as mesmas que o Santo dos santos fez ao Pai.

            E o Pai permite que Assis, a pérola da Umbria, da mística e gloriosa Itália, seja o berço de mais um Espírito Superior, como arauto da Sua Paz, do Seu Amor e da Sua Fraternidade.

            E o lírio nasceu! E uma aurora deu aos seus primeiros brilhos na Galiléia da Europa.” 

           Era João Evangelista que retornava a Terra iniciando  mais uma jornada de amor e doação ...  

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