Carta aos
Crentes Novos
Amigo, chegas agora,
Do mundo de sombra e dor,
Para o banquete sublime
De luz do Consolador.
Já sei que sentes o fogo
Da crença e da devoção,
Desejando desdobrar
O esforço de salvação.
Vibra na paz de tua alma
O desejo superior,
De espalhar em longos jorros
A fonte de teu amor.
Mas, ouve. Acalma a ansiedade,
Porque no mundo infeliz,
Cada qual tem sua chaga
Em vias de cicatriz.
Nesse número de enfermos,
Não te esqueças de contar
Os próprios irmãos do sangue
Que o céu te manda ajudar.
Todo esse fogo da fé
Não desperdices a esmo,
Busca aplicar-lhe o calor
Na perfeição de ti mesmo.
Tão grande é o penoso esforço
Da última redenção,
Que não basta uma só vida
Pela própria conversão.
Acham muitos que a doutrina,
Para ensinar ou vencer,
Precisa de certos homens
Dos galarins do poder.
Mas, eu suponho o contrário.
Em seu anseio de luz,
O homem é que precisa
Da doutrina de Jesus.
Em se tratando de crenças
Nunca venhas a olvidar
Que o sol nunca precisou
Dos homens para brilhar.
Fala pouco. Pensa muito.
Sobretudo, faze o bem.
A palavra sem ação
Não esclarece a ninguém.
Não guardes muita ansiedade,
Se o Evangelho te conduz.
Lembra que dura há milênios
A esperança de Jesus.
de Casimiro Cunha
por Chico Xavier
Reformador 12.1938
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