quarta-feira, 15 de junho de 2011

As Consequências Morais do Corpo Fluídico de Jesus

‘Consequências Morais
do Corpo Fluídico de Jesus’

por  Arnaldo S. Thiago
em Reformador (FEB) Maio 1971
           
Evidentemente, mais atenção merecem os ensinos de que decorrem consequências morais relevantes do que aqueles cujos efeitos se restringem a objetivos materiais.

A revelação do corpo fluídico de Jesus, apresentada pelos evangelistas a Roustaing e sustentada, no Brasil, pelos mais eminentes cultores da nossa Doutrina, entre os quais é justo assinalar Bezerra de Menezes, Manoel Quintão e Guillon Ribeiro, é de consequências morais relevantíssimas, por isso, que nos demonstra a necessidade humana de promovermos continuamente a melhoria das nossas condições individuais, para alcançarmos a completa liberdade espiritual que nos habilitará a sermos, em verdade, colaboradores de Deus, não o ignorando, como acontece aos espíritos ainda muito apegados às sensações carnais, mas, bem pelo contrário, sabendo como e quando, estamos fazendo a vontade do Pai, como sucedeu a Jesus, que tinha plena consciência de que mesmo o sacrifício da cruz lhe era necessário para o cumprimento integral de sua missão entre os homens cuja direção o Pai lhe confiou.  

Não foi por fraqueza que o Divino Mestre pediu ao Pai, se isso lhe fosse possível, afastar de seus lábios o cálice terrível; foi por um movimento de altruísmo, do qual decorre certamente o princípio filosófico de que Deus tem segredos que nem aos Puros Espíritos, da mais elevada categoria, como Jesus, pode o Pai revelar.

“Buscai a verdade e a Verdade vos fará homens livres” – advertiu-nos o Divino Modelo. Eis por que estudos como os desta natureza não constituem assuntos de lana-caprina, como pensam confrades bem avisados no que concerne a obras de assistência social, embora de consequências imediatistas, mas destituídos de boa disposição para o trato de questões transcendentes, que entendem com a infinita amplitude da evolução espiritual de todos os seres.

Uma das consequências morais do corpo fluídico de Jesus está implícita na própria afirmativa do Mestre, ao referir-se à superioridade espiritual de João Batista: “Dos nascidos de mulher, nenhum há maior do que ele”. Ora, sendo Jesus um puro espírito que pode mesmo dizer: “Quem vê a mim vê o Pai” (unicamente para significar aos homens que ele, Jesus, como o Pai, não tinha mais dependência alguma de ordem material), o fato de não poder mais situar-se nessa posição de escravo das atrações materiais deve ter para os espíritas a significação de que o nosso dever precípuo é trabalhar ardorosamente para vencermos essas atrações, procurando sempre fortalecer  o espirito que vivifica, pois que a carne para nada aproveita, como insistiu o Divino Mestre em proclamar, a fim de que o possam ouvir os que têm ouvidos para ouvir. Nascer de mulher, que nos leva, sempre por motivos de afinidade espiritual, a consagrar tanto carinho e veneração por nossa querida mãe, condição própria dos mundos de expiação, como a Terra, constitui, entretanto, no âmbito das elocubrações filosóficas, estigma de nossa inferioridade moral; donde, aplicarmo-nos à espiritualização do nosso próprio ser é o supremo motivo da nossa vocação espírita, levando-nos à compreensão daquele profundo pensamento de Paulo com relação à caridade, para que não nos contentemos com uma assistência social de ordem profana, que se restrinja a dádivas materiais, mas realizando a nossa assistência com o espirito de divina caridade. Suportemos o peso da carne, jamais lhe prestando o culto da nossa escravização às sensações animais, mas procurando vencê-la, para nossa redenção com o Cristo de Deus!



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