Saudade

Em Torno da Saudade

Espírito Fernando

por Marcelo Nazareth

           

            Boa lembrança que ilumina a alma, por manter presente, na lembrança, o bem imperecível da vida, inspira a paz e traz as santas recordações do Amor.

            Na recordação do ente amado que, aparentemente, se foi, ou na rememoração de acontecimentos felizes, porque emuladores do progresso e da elevação, assinala a perenidade do bem e a excelência dos sentimentos nobres que devem vigir, no imo do ser.

            Quando altruísta e equilibrada, sem as manchas das paixões desgovernantes, conduz aos páramos de luz, aquele que lhe penetra a atmosfera onde encontrará repouso, assimilará forças e se permitirá a recondução, em paz, para a luta depuradora.

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            Quando avara, por agrilhoar-se ao ego, transforma a paisagem em ramaria árida, prenunciando a queda, sob tormentos infindáveis, de caráter neurótico ou obsessivo, senão mistos.

          Pensamento recorrente, na área límbica do vaso físico, desarma as engrenagens corpóreas, derrubando sua vítima, através dos episódios depressivos, evitáveis.

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            Pondera sempre acerca da saudade. Torna-a tônico, para a revitalização, ao invés de sanguessuga das tuas energias. Torna-a emuladora do progresso e não sicária das tuas realizações íntimas.

           

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            Maria de Magdala, ante a sepultura vazia, ouviu o verbo eloqüente das vozes dos anjos, indagando, como se lê em Lucas, 24:5 - “E por que procurais dentre os mortos aquele que vive?”

          Desta forma, deixa que a saudade seja, como deve ser, o poema da esperança, a clarear-te a jornada, de filhos de Deus, portanto criaturas eternas.