sábado, 28 de maio de 2011

31 Trabalhos do Grupo Ismael




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SESSÃO DE 20 DE DEZEMBRO DE 1939

Comunicação final, sonambúlica


            A paradoxal incoerência os fatos, revelada pelo intercâmbio dos Espíritos com os homens. – Explicação desse paradoxo. – Efeitos da substituição da humildade dos ensinos do Cristo pelas pompas das catedrais. – Desilusão, no espaço, dos que daqui as celebravam. – Aspecto de uma legião de sotainas negras num recanto do Infinito. – O que contemplam esses sotainas. – Tristeza que acabrunha os sinceros. – Preparação destes para novas tarefas na Igreja do Cristo. – A camada fluídica que envolve a Terra . – A preocupação dos estadistas e os efeitos dessa preocupação. – Consequências do olvido da missão de N. S. Jesus Cristo. – Como deve prosseguir a obra dessa missão, que é a do Espiritismo cristão. – Dificuldades que apresenta.


Médium: J. CELANI

           
            Paz, meus caros filhos.
            E’ extraordinária e paradoxal a incoerência dos fatos. O intercâmbio dos homens com os espíritos nos mostra que aqueles que deveriam pugnar pela pureza do Cristianismo do Cristo são os vanguardeiros na luta, como opositores dos que desejam purificar, arejar a revelação cristã para remédio a todos os males da humanidade terrena.
            Não é difícil, entretanto, de compreender-se o paradoxo. Criaturas apegadas, na Terra, às formulas e aos dogmas, não puderam seguir o Cristo, não lhe compreenderam a obra, não perceberam a humildade dos seus ensinos, não lhe sentiram o amor, em todas as manifestações da sua missão entre homens.
            Em vez da simplicidade das suas lições nas praias, nos campos, nas montanhas, as pompas das catedrais douradas, a receberam, não o sentimento, mas o testemunho do terror das turbas, tão grande se ostentava o poder temporal entre as populações das vilas e cidades onde os sacerdotes desempenhavam a sua tarefa.
            Volvendo à verdadeira vida, que desilusão! Não mais as homenagens das turbas, nem as pompas das catedrais: só trevas, sofrimentos, o ódio e o desejo de aniquilar todo aquele que jure bandeira nas novas legiões que o Cristo permite se preparem para o novo combate pela redenção das criaturas.
            Vejo, num recanto do Infinito, uma legião de sotainas negras, tristes, acabrunhados pela obra que fizeram. Contemplam, de um lado, os horrores causados pela deturpação dos ensinos do meigo Pastor e, de outro lado, observam os quadros representativos do que seria o mundo, se a humanidade tivesse sido tangida pelas estradas que os ensinamentos do Evangelho marcaram.
            Motiva-lhes a tristeza, a compreensão que já têm das suas responsabilidades.  São os sinceros, os que erraram por efeito de cega submissão a uma disciplina degradante, indigna de consciências livres. O crime que cometeram está sendo reparado, por meio da observação das consequências que seus atos acarretaram e feita está sendo também a preparação deles, para voltarem ao teatro de suas façanhas, a fim de servirem à nova Igreja, cujos alicerces começam a erguer-se em toda parte.
            Muitos dos que aqui vêm, vão depois para essa escola preparar-se a servir ao Evangelho em espírito e verdade.
            Meus filhos, a camada fluídica que vos cerca é pesadíssima. Difícil se nos torna transpô-la para tratar de questões que não entendem de perto com as necessidades imediatas do corpo.
            Os vossos estadistas se preocupam exclusivamente com os assuntos econômicos, com o plantio do pão do corpo. Não levam em conta o Espírito e as gerações, educadas nesses princípios malsãos, seguem vida em fora vazias do verdadeiro sentimento, sem a verdadeira compreensão da vida terrena.
            Daí as lutas dos povos entre si, para a conquista de maiores possibilidades no campo da economia  e da finança. Ninguém quer ser o primeiro nos atos de renúncia, de fraternidade, de amor ao próximo. E essas criaturas, cristãs pelo nascimento, cristãs porque tais se dizem, não cogitam sequer, da grandiosa epopeia que foi a missão de N. S. Jesus Cristo e que, no entanto se em conta a tivessem, seria a salvação.
            Prossigamos, meus caros filhos, sem desfalecimento, nesta obra, certos de que a seu tempo ela produzirá frutos alertando a consciência do homem para os seus deveres primordiais, que são os de cuidar do melhoramento do seu coração e do preparo da sua inteligência, para ascender, progredir e irmanar-se com o seu Jesus na comunhão do amor.
            Essa a obra do Espiritismo cristão, obra difícil porquanto um simples núcleo de quatro ou cinco filhos de Deus precisa de anos para chegar a uma perfeita unificação de sentimentos que lhe permita proveitoso intercâmbio com os Espíritos do Senhor.
            Trabalhemos com afinco esta seara, trabalhando o nosso próprio coração; batizemo-nos nela em espírito e verdade e, quando houvermos atingido a preparação necessária, que de nós depende, o resto virá de acréscimo, segundo a promessa do Senhor.
            Paz fique em vossos Espíritos e que o olhar do meigo Nazareno vos acompanhe e proteja na vossa tarefa de preparadores do caminho para os verdadeiros prepostos do Consolador.
            Deus vos abençoe. – Romualdo (D. Romualdo de Seixas).







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