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SESSÃO DE 2 DE AGOSTO DE 1939
Comunicação final sonambúlica
As falanges do mal e a ação que exercem sobre a humanidade. – O que lhe facilita semelhante ação. – Os quadros que se desenrolam no infinito. – Condições presente da humanidade. – a visão do crente. - Prece à Virgem.
Médium: J. CELANI
Paz, em nome do divino mestre.
As falanges do mal são como as vespas assanhadas. Elas se atiram à humanidade nesta hora trevosa que viveis, meus caros companheiros, e raríssimos são os refúgios para as almas aflitas, acicatadas pelas dores, pelas desesperanças e pelas incertezas do amanhã. Porque assim? Por que o entendimento do homem se embotou para a compreensão da sublime epopeia do Cristo de Deus, a qual, para o homem,
só tem significado nos atos exteriores das religiões que apenas falam aos sentidos.
Eu quisera que os vossos olhares de homens pudessem ver os quadros que se desdobram no infinito.
A humanidade se revolta contra as consequências de seus próprios atos, tendo, no entanto, ao seu alcance a salvação. Aqui, um povo a chafurdar na ignomínia de todos os vícios, através das gerações que se sucedem.
Ali outro povo carregando a responsabilidade de terríveis crimes contra a lei do amor. Por toda parte, o Espírito culpado a percorrer a dolorosa via sacra da expiação, sem compreender o que se passa, porque,
nos púlpitos das catedrais, armados de dourados estuques e de esculturas modeladas por mãos de artistas,
apenas clamam vozes que não falam, que não ecoam nos corações dos infelizes, dos sofredores.
Entretanto, o crente, aquele que volve o olhar para os longínquos tempos, contempla a serenidade
do ambiente que cerca a mangedoura de Belém e percebe, com a sua visão iluminada, a fuga da sagrada Família para o Egito, sua volta, o divino Mestre em meio dos doutores iniciando a sua pregação, os chamados milagres, as curas, os ensinamentos culminando no sublime sermão do monte, toda a longa estrada marcada pelas luminosidades do seu excelso Espírito, a terminar no cimo do Gólgota, símbolo do martírio da humanidade, da humanidade que teria de resgatar, em caminhadas dolorosas, todo um passado de crimes.
Meus companheiros e amigos, só o Cristo é a salvação, o Cristo em espírito e verdade. Não deixeis que transponham os umbrais da Casa de Ismael as paixões que dividem os homens e os afastam do amor, que os devera unir em torno do Pastor. Apelai para a Virgem nas horas da aflição, quando vos virdes assoberbados pelos problemas inerentes à vossa tarefa e vos sentirdes enfraquecidos para solucioná-los.
Pedi a essa Mãe cujo amor é tão grande, que pelo só fato de nela pensar o espírito do crente, carecido de paz e de luz, se sente envolvido num ambiente de delicias, de conforto, das doces irradiações desse Espírito excelso, que não sabe o que é o mal, porque é todo caridade, todo amor. Orai a Maria, a Mãe, aos olhos dos homens do Cordeiro imaculado.
Sim, Mãe Santíssima, jamais, quando me achava na terra, senti a falta do teu aconchego, sempre que nas asas da prece me elevava até ao trono donde pontifica o teu Espírito amoroso e puro.
Vela por estes que tomaram sobre os ombros a tarefa de tornar conhecida a doutrina de teu Filho. Dá-lhes a eloquência da palavra e o sentimento da Verdade, para que possam espalhar por todos os rincões
a essência dos ensinos evangélicos e agasalhar, com fraternidade desses ensinos, com as suas consolações,
todos os aflitos, todos os que estejam batidos pelos vendavais das provas rudes e das amargas expiações.
Vela também por esses cegos condutores de cegos, que ainda querem manter sob o alqueire de suas paixões
pecaminosas a luz que há de redimir a humanidade pecadora. Toca-lhe os corações, desanuvia-lhes a inteligência, para que com o intelecto e o coração os altos dignitários da igreja pequena, que do espaço
dirigem a campanha contra o Consolador prometido, possam compreender que o Cristo e a sua doutrina, ao cabo tentos séculos, é como braseiro coberto de cinzas que o vento da verdade espalhará, a fim de que as chamas se elevem a clarear as consciências necessitadas de luz.
Abençoa, Senhora, os que procuram servir a teu Filho, fazendo das fraquezas forças e dá que o companheiro ausente possa sentir neste instante vibrar em seu coração a exteriorização dos nossos sentimentos fraternos e os nossos votos de paz e de refrigério para as suas dores fiscais e morais.
Abençoa os lares de todos os que compõem esta escola e os de todos aqueles que precisam de amor e de paz.
N. S. Jesus Cristo vos conserve na sua santa paz. – Pedro Richard.
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