segunda-feira, 9 de maio de 2011

12 Trabalhos do Grupo 'Ismael'


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Chegamos assim a outra fase, a quarta, da existência laboriosa e cheia de acidentes, mas sempre fecunda, do ‘’Ismael’’ , fase cujo inicio teve a marcá-lo a ascensão de um novo companheiro ao posto de direção humana da sua tarefa de evangelização das verdades divinas do Cristianismo ressurgido. Semelhantemente à de Antonio Sayão por Pedro Richard , também a substituição deste se fez por indicação daquela coorte, sendo designado o nosso companheiro Manuel Quintão, que desde longos anos fazia parte do Colégio e lhe substituía o diretor efetivo nos seus raros impedimentos ocasionais. Era discípulo de Richard, como este fora de Max (Bezerra de Menezes).
Tendo ainda o Grupo, como médium principal, o mesmo Ulysses, que substituirá Frederico Junior e que, como este, possuía notáveis faculdades mediúnicas, sobretudo de incorporação sonambúlica, de desprendimento e vidência, os trabalhos na oficina do glorioso Anjo prosseguiram no mesmo ritmo a que sempre obedeceram e subordinados sempre às normas e ao método adotados desde os primeiros tempos. Também nessa nova fase, só esporadicamente foram apanhados e conservados os aludidos trabalhos, de sorte que muito falha e incompleta é a coletânea que deles existe. Não poucos, todavia, antes numerosos, de grande monta e alta valia foram eles, contando-se muitas manifestações de tanta magnitude, que, com frequência, a pequena assembléia era profundamente abalada, correndo em todas as faces copioso o pranto, fato de que dá testemunho pessoal quem estas linhas escreve. Dos inúmeros ditados então recebidos psicograficamente, os principais se acham guardados nas páginas do Reformador.  
Das lutas e hostilidades que igualmente nessa fase teve o Grupo de sustentar e enfrentar, sob a égide poderosa dos seus dirigentes do outro plano, sem cuja proteção não houvera certamente podido subsistir, ainda invocaremos, como prova, o fato já mencionado de não haver conseguido Bittencourt Sampaio cumprir o seu prometimento, embora o mantivesse sempre de pé e o reiterasse múltiplas vezes.
Assim foi, até que um acontecimento sobreveio, de que resultou a quase completa paralização dos trabalhos mediúnicos do Grupo, prosseguindo apenas, em todas as sessões, o estudo, que jamais se interrompeu de um só dia, desde 1880 até agora, dos Evangelhos, pela obra Revelação da Revelação, de J. B. Roustaing. É que, forçado a deixar esta capital, em busca das longínquas terras de Mato Grosso, o médium Ulysses, após algum tempo de ausência, lá desencarnou, encerrando, fora do posto que lhe fora designado, a sua penosa e dolorosa jornada terrena, pontilhada toda ela de grandes sofrimentos e amarguras, que pungiam vivamente os seus companheiros de tarefa, sempre solícitos, aliás, em ampará-lo de todos os modos, nos momentos mais aflitivos, como já se dera com Frederico Junior, obedientes ao dever de fraternidade  e caridade, precípuo para todos os que comungam no Evangelho do Senhor.
Foi longo, durou anos, esse período de estagnação dos labores mediúnicos do Grupo. Médiuns diversos surgiram e foram experimentados. Ora num, ora noutro, entreviam alviçareiramente os componentes do “Ismael’’ o sucessor de Ulysses e de Frederico. Logo, porém as esperanças se desvaneciam. Ocorrências diversas se conjugavam e produziam o afastamento daquele que parecia destinado a ocupar o posto vago. Em vários desses casos, clara se tornou a ação da treva, manifestamente facilitada, como soi acontecer, pela ausência de jejum e oração, que os mensageiros do Senhor não cessam de recomendar e pedir com instância aos obreiros encarnados da sua Seara santa.
Dir-se-ía que, por essa circunstância, aquele punhado de discípulos do Evangelho, onde a cada passo se nos depara o Mestre divino a repetir o ‘’orai e vigiai’’, fora submetido a uma rigorosa prova de paciência, de submissão aos desígnios divinos e de confiança nas solenes promessas de Jesus, aos que perseveram no propósito de lhe seguirem as pegadas. E, honra lhes seja: graças à misericórdia do Pai, ao amparo de Ismael, à assistência de seus maiores e ao desvelado amor da Rainha dos Anjos, eles souberam ser pacientes, resignados, submissos e confiantes, pelo que, munificentemente, viram chegar-lhes, não apenas o companheiro que esperavam e de cujo concurso se sentiam necessitados, mas dois instrumentos aptos às manifestações sonambúlicas, assim dos guias, protetores e amigos, como dos sofredores, obscurecidos e obstinados no erro.
Não se apresentaram  simultânea, mas sucessivamente. Alfredo Felix da Silva foi primeiro a incorporar-se ao colégio, o que se deu em começo de 1935. Já de há muito bem reputado médium psicógrafo, revelou-se, em breve tempo, médium também de incorporação pelo transe sonambúlico e sob ambas essas modalidades entrou a trabalhar. Como, porém, não  fosse de todo inconsciente na qualidade de médium sonambúlico, pelas resistências mesmas que oferecia ao domínio de entidades violentas, dessas que chefiam e manejam falanges de Espíritos pervertidos e afeitos ao mal, não se prestava às sua manifestações. Isso entretanto, não diminuía o valor da sua cooperação, pois que, em todas as sessões, era utilizado para as de outros que, também obstinados no erro e cegos para as coisas do bem, se mostravam eficazes coadjuvantes daqueles, como se evidencia de várias comunicações que os mentores do grupo deram ao termo de muitas das reuniões que se encontram na primeira parte deste volume.
Essas manifestações, já por motivos ocasionais, já por não oferecerem interesse tão vivo quanto as que ulteriormente se verificaram e em que a dialogação se desenvolveu, sobretudo, entre o manifestante e um dos Guias invisíveis, não foram apanhadas de modo a poderem ser aqui reproduzidas. Entretanto, as comunicações recebidas depois de cada uma delas não só são de si mesmas altamente instrutivas, como deixam se perceba claramente a natureza daquelas manifestações.
O  outro médium, João Celani, com que hoje conta o Grupo, se lhe incorporou quatro anos depois, em 1939.  Já por muito tempo lhe integrara o quadro dos componentes e fora nele obreiro útil como médium semi mecânico, de cujo lápis brotaram muitas mensagens excelentes de entidades elevadas, algumas da mais alta hierarquia espiritual.  Afastara-se, porém, certo dia, por uma dessas causas que os inimigos ocultos do Evangelho, o jesuitismo do espaço, sabem urdir com inaudita habilidade. Ao cabo de alguns anos de afastamento, desfeita pela coorte a que já nos referimos, sob a luminosidade do olhar penetrante do patrono da oficina, a trama insidiosa que enleara o trabalhador, ei-lo que volta e se vê recebido, como era natural, com intenso júbilo, pelos seus companheiros, cuja satisfação cresceu de ponto ao verificarem que ele regressara com as suas faculdades mediúnicas enriquecidas, pois volvia não mais como médium semi-mecânico apenas, porém, como médium sonambúlico inconsciente, de incorporação completa, embora faltando-lhe, conforme disse, pouco tempo depois, Bittencourt Sampaio, certo apuro na educação mediúnica, para robustecimento da sua fé e desaparecimento de alguns temores que ainda o assaltavam.


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