segunda-feira, 9 de maio de 2011

11 Trabalhos do Grupo Ismael


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            A fase imediata lhe transcorreu mais calma, permitindo que Sayão publicasse o seu segundo livro: ‘’Estudos Evangélicos’’, reeditado com titulo de “Elucidações Evangélicas’, sob o qual foi feita, pela Livraria da Federação, a mais recente de suas edições, cuidadosamente revista e ampliada nalguns pontos dos comentários sobre os textos dos Evangelhos, comentários esses que são um resumo dos Evangelistas na Revelação da Revelação, de J. B. Roustaing.

No curso da fase a que nos reportamos, desencarnou, em 1895, Bittencourt Sampaio, que fora o iniciador de Antonio Sayão no conhecimento do Espiritismo, a quem o mesmo Sayão considerou sempre seu mestre e que muitíssimo o auxiliou nos trabalhos do Grupo, como grande médium que também era.

Desencarnado Bittencourt Sampaio, seu elevado Espírito encetou, tendo por instrumento o excelente médium sonambúlico Frederico Junior, a transmissão da primeira das suas três obras mediúnicas  - Jesus perante a Cristandade – seguindo-se, pouco depois, a do segundo – De Jesus para as crianças -  e a do terceiro – Do Calvário ao Apocalipse.

Algum tempo após a transmissão dessa tríade admirável e empolgante sob todos os aspectos, desencarnava o médium Frederico Junior.

Transcorrido não longo período, eis desencarna também, a 31 de março de 1903, com a serenidade de verdadeiro justo, a recitar um "Ave! Maria!”, aquele que durante 23 anos dirigira os trabalhos do Grupo, que passara a denominar-se ‘Ismael’, desde que se incorporara à Federação, fundada em 1884, incorporação que se verificou depois que o grande apóstolo do Espiritismo Cristão, Bezerra de Menezes, firmou em definitiva os passos da instituição que posteriormente viria também a cognominar-se ‘’Casa de Ismael’’. Com o regresso de Sayão à pátria espiritual, encerrou-se a segunda fase de existência do já então Grupo ‘Ismael’.
           

            Dele, no momento, fazia parte José Ramos, que se reputara bom e dedicado obreiro da seara evangélica, e o Dr. Geminiano Brasil, advogado de renome e vulto de grande e justo relevo entre os que se colocaram à frente do movimento espiritista em nosso país logo que neste fez o seu advento a Terceira Revelação.

Ao segundo tocou ascender, naturalmente por indicação dos Guias espirituais da oficina do Anjo glorioso, ao posto que ocupara o velho trabalhador que havia concluído a sua tarefa, exemplarmente desempenhada. Houve ele, porém, de repartir com o primeiro, José Ramos, o encargo que lhe fora deferido, ficando com o de explicador do Evangelho e o outro com o de doutrinador.

Curta duração teve, no entanto, esse período da vida do Grupo, pois que, ao fim de não longo tempo, cerca de dois anos, desencarnava Geminiano Brasil, seguindo-se a breve trecho a saída de José Ramos, por desentendimento com Pedro Richard, a propósito da admissão, que este desejava, apoiado pelo Espírito de Bittencourt Sampaio, de alguns novos companheiros ao quadro dos aprendizes da oficina. Tal circunstância revela que não foi de calma e serenidade o início dessa outra fase, a terceira, das atividades do ‘’Ismael’’, fase que propriamente começou ao lhe assumir Pedro Richard a direção, substituindo José Ramos, sempre por determinação do Alto.

Frederico Junior fora a seu turno substituído por Ulysses de Mendonça, possuidor de faculdades mediúnicas mais ou menos idênticas às daquele e igualmente desenvolvidas.

Incessante que é e violenta sempre, a ação da treva intensificou-se, por assim dizer, contra a pequena oficina do Anjo do Senhor, como que decidida a não permitir que ela prosseguisse no labor que já tão copiosos e bons frutos havia produzido. Tendo constantemente a lhe facilitar o esforço as imperfeições e fraquezas humanas, se é certo que não logrou paralisar aquele labor, ou torná-lo de todo improfícuo, não menos certo é haver conseguido que ele só se desenvolvesse por entre vicissitudes inúmeras, enormes dificuldades, dores vivas e amargores sem conta. Tanto assim, que Bittencourt Sampaio não logrou desobrigar-se da promessa que de há muito vinha repetidamente fazendo, de dar o seu quarto livro – Regina -  em homenagem ao Espírito excelso da Virgem, nossa Mãe Santíssima, e com o qual remataria o testemunho, que se julgava na obrigação de oferecer aos seus irmãos encarnados, do reconhecimento profundo e perene que lhe transborda do coração, pelas graças e misericórdias que, recebidas por intermédio daquele pulcro e glorioso Espírito, lhe permitiram levar a bom termo a sua jornada terrena.

Entretanto, também nessa outra fase da sua vida ativa, trabalhos da mais alta monta realizou o Grupo em beneficio de fortes entidades espirituais que, chefiando inúmeras falanges de espíritos atrasados, acometiam sem descanso os fracos e descuidados obreiros da Seara do Senhor. Além disso, colheu, através de tocantes manifestações dos grandes Espíritos que de continuo atuam no seu ambiente, instruções, ensinamentos e conselhos de suma importância e da maior valia. Infelizmente, essas manifestações não foram registradas com método e continuidade, de sorte que muito fragmentário é o acervo que delas resta.

Em outubro de 1918, encerrou-se a segunda fase da existência do Grupo ‘’Ismael’’, com a desencarnação, a 23 daquele mês, de Pedro Richard, aos 65 anos de uma vida acidentada, mas sempre produtiva e modelar, do ponto de vista espírita. Depondo na Terra o seu bordão de peregrino, valoroso na sua jornada em busca do mestre divino, foi juntar-se aos companheiros que o  tinham precedido no regresso à verdadeira pátria do Espírito e aumentar de uma unidade valiosíssima, do valor de importante unidade coletiva, a coorte formada pelos Romualdo, Geminiano, Sayão, Bezerra, Bittencourt e tantos outros, coorte que, continuamente acrescida, conduz, sob vistas de Ismael, a Terra de Santa Cruz a investir-se definitivamente na missão, que o Senhor lhe atribuiu, de ‘’Pátria do Evangelho’’.

Ainda nessa fase não logrou Bittencourt Sampaio cumprir, em satisfação do ardente desejo que continuara a nutrir, a promessa de dar ao Grupo o seu quarto livro Regina, fato que por si só revela a intensidade da ação dos aborrecidos da luz contra o pequeno pugilo de discípulos do Evangelho, ação exercida principalmente contra o médium que, como sucedera ao seu antecessor, se via constantemente preso numa trama de vicissitudes que tornava irregularíssimo o seu comparecimento aos trabalhos, os quais, em consequência, muito sofriam na sua produtividade.


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