sábado, 14 de maio de 2011

07/10 Os primeiros 400 anos



07/10

303      Diocleciano, doente mental e  obsidiado, comanda a última perseguição aos cristãos.
            “A devastação chegou a tal loucura que Diocleciano considerou exterminado o Cristianismo e levantou monumentos com a inscrição: “Nomine christianorum deleto””, quer dizer: ‘O nome dos cristãos está proscrito’, afirma Luciano dos Anjos (7).
            A última perseguição geral deu-se sob Diocleciano  e foi a mais feroz do que todas as que a precederam.
            Em 23 de fevereiro de 303, festa das Terminalia, a igreja da Nicomedia era arrasada.
            No dia seguinte, foi promulgado decreto que exigia aos cristãos o regresso à religião dos seus antepassados, sob pena de perda dos direitos cívicos, se cidadãos, e regresso à escravidão dos que tinham sido libertados.  Foram presos os clérigos, logo em seguida obrigados a sacrificar ao imperador ou morrer. Gough (11).

303      Filipe
            Assina Almerindo de Castro (16). 
            “Foi Bispo de Heradéa, metrópole da Trácia e viveu no tempo das perseguições que os editos de Diocleciano - ano 303 - instituíram contra os cristãos.
            Ao começarem estas, Filipe pregava, certa vez, ao povo, quando se apresentou um oficial, a mando do governador, com ordem de fechar as portas do templo.
            O Bispo declarou desassombrado: 
            -Julgais que Deus habita as paredes materiais de uma casa? Não, Deus habita no coração dos homens.”
            E, saindo para a rua, continuou a sua prédica mas, o governador, vendo que as medidas repressivas não colhiam o almejado efeito, determinou que fossem presos os cristãos e levados à sua presença.
            Depois de inquirir quem era o diretor deles, disse a Filipe:
            “-Não sabes que o imperador proibiu vossos ajuntamentos? Entrega-me, pois, os vasos de prata e ouro de vosso uso.”
            Ao que o Bispo retrucou:
            -Sim, nós vos entregaremos todos os vasos porque Deus não se honra com metais e tesouros e sim com a soberana caridade.”
            Submetido a torturas dirigidas por Mucapor, o mais célebre verdugo da época e notável pela fereza, Filipe suportou todas as dores com ânimo inalterável.
            Não houve prisão, ameaça, sofrimento físico que abatesse a coragem do Bispo médium.
            “-Podeis atormentar-me, dizia ele; vencer-me, não!”
            Atado de pés e mãos, arrastaram-no pelas pedras, crivando-o de feridas e meteram-no em cárcere.
            Sete meses depois, não podendo dominar-lhe a indomável fé, acoitaram-no até ficarem as entranhas à mostra e 3 dias depois o condenaram a morrer queimado.
            Quando o conduziam ao suplício, ele se voltou para o povo, narrando que, na véspera, tivera uma aparição pela qual o Senhor lhe ‘revelou que era necessário padecer’.
            E efetivamente padeceu por sustentar que Deus não vive entre as paredes materiais dos templos, nem se honra com os tesouros e metais.”

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