Cristianismo
Os primeiros 400 Anos
01/10
À página 78 da edição de Março de 1973 do Reformador, Francisco Thiesen, por 15 anos presidente da Federação Espírita Brasileira - FEB - assina o artigo “Emmanuel, Historiógrafo do Evangelho”, e afirma:
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“Seus famosos romances não são ficção para preencher os dias de ociosidade humana ou tentativas para a obtenção da estima da terra, em forma de galardão nas vitrinas da glória transitória. São histórias vivas que sempre esclarecem, completam, suprem e corrigem a própria história. Na tarefa a que se propõe, nos romances em que historia a História, ele valoriza as horas da criatura terrena, por fornecer-lhe conhecimentos edificantes destinados ao lazer e ao estudo, à orientação do trabalho construtivo e à sublimação do Espírito, sem fazer ou acobertar estórias. Nas suas narrativas, Emmanuel mostra tudo ao vivo, encaminhando o leitor, sob sua firme direção, a mergulhos vertiginosos, de séculos e milênios no passado, restaurando civilizações mortas que os arquivos da Eternidade preservam, além do Espaço e do Tempo.”
Em “Emmanuel” (6), lemos:
“Edificante é a investigação, o estudo, à cerca do Cristianismo nos primeiros tempos de sua história; edificante lembrarmos as apagadas figuras de pescadores humildes, grosseiros e quase analfabetos, a enfrentarem o extraordinário e secular edifício erguido pelos triunfos romanos, objetivando a sua reforma integral. Afrontando a morte em todos os caminhos, reconheceram, em breve, que inúmeros Espíritos oprimidos os aguardavam e com eles se transformavam em anunciadores da causa do Divino Mestre.
A história da Igreja Cristã nos primitivos séculos está cheia de heroísmos santificantes e de redentoras abnegações. Nas dez principais perseguições aos cristãos, de Nero a Diocleciano, vemos, pelo testemunho da História, gestos de beleza moral, dignos de monumentos imperecíveis....”
Luciano dos Anjos (6) lista, de forma didática, as dez maiores perseguições sofridas pelos primeiros mártires:
54-68 Nero
81-96 Domiciano
98-117 Trajano
161-180 Marco Aurélio
202-211 Sétimo Severo
235-238 Maximino
249-241 Décio
253-260 Valeriano
275 Aureliano
303 Diocleciano
No início da propagação do cristianismo, a população mundial, estimada, era de 300 milhões de habitantes. Toda a civilização ocidental estava sob o jugo de Roma. Isso incluía a Europa, o Norte da África, os países de língua árabe, mais a Turquia e Grécia, se nos utilizarmos aproximadamente dos contornos políticos de hoje.
Tão resumidamente quanto possível, apresentamos, cronologicamente, os fatos dessa história que fundo nos fala ao coração. Tais fatos estão entremeados por comentários de Emmanuel e de outros autores espíritas e em espírito.
14 Morre Augusto César, primeiro imperador romano, após séculos de regime republicano. Sucede-o seu genro Tibério. Com Augusto tem início a dinastia Júlio-Flaviana que seria continuada pelos Flávios até 96 d.C., quando terminam os chamados Doze Césares.
Emmanuel (1) nos fala de Roma em todo seu esplendor: “Ante minh’alma surgem as reminiscências das construções elegantes das colinas célebres; vejo o Tibre que passa, recolhendo os detritos da grande Babilônia imperial, os aquedutos, os mármores preciosos, as termas que pareciam indestrutíveis... Vejo ainda as ruas movimentadas, onde uma plebe miserável espera as graças dos grandes senhores, as esmolas do trigo, os fragmentos de pano para resguardarem do frio a nudez da carne...”
Prossegue Emmanuel...“ A facilidade na aquisição de escravos empregados nos serviços mais grosseiros, como nos mais elevados misteres de ordem doméstica, inclusive os da próprias educação e instrução, havia determinado grande queda moral no equilíbrio das famílias patrícias.”
33 Jesus Cristo é crucificado ‘por imposição do judaísmo, que lhe não compreendeu o amor e a humildade’ Emmanuel (5).
Em Jerusalém, em Cafarnaum e em muitas outras cidades -da Judéia à Síria-, pequenos núcleos de auxílio e de colaboração começavam a ser formados, divulgando a boa nova e fazendo a caridade aos necessitados.
Com o sacrifício de Jesus, os apóstolos se dispersam. Luciano dos Anjos (6) nos diz de Tomé na Índia, Bartolomeu na Armênia, Mateus no Egito, Tadeu na Mesopotâmia e Tiago na Espanha. Pedro, Tiago Maior, João e Alfeu ficaram em Jerusalém, na Casa do Caminho.
Emmanuel (6) relata: “A princípio, as autoridades do Império não ligaram maior importância à doutrina nascente, mas os Apóstolos ensinavam que, por Jesus-Cristo, não mais poderia haver diferença entre os livres e os escravos, entre patrícios e plebeus, porque todos eram irmãos, filhos do mesmo Deus. O patriciado não podia ver com bons olhos semelhantes doutrinas. Os cristãos foram acusados de feiticeiros e heréticos, iniciando-se o martirológio com os primeiros editos de proscrição.”
35 Pôncio Pilatos, o procurador da Judéia, é destituído e transferido para Viena, nas Gálias, onde morre três anos depois. A Judéia, ou Judá, ficava na parte sul da antiga Palestina.
“À época, viviam na Palestina cerca de 2,5 milhões de pessoas, não havendo unidade racial nem confessional. Em algumas cidades a maioria das pessoas era, até mesmo, uma maioria de ‘gentios’, isto é, não judeus...
Passavam a vida a trabalhar, a rezar, a jejuar e a esperar o retorno de Jeová, seu Deus...” É o que nos conta Indro (10).
Jerusalém era a cidade sagrada dos judeus e, mais tarde, também dos cristãos e dos muçulmanos. Foi originalmente um povoado jebuseu, capturado por Davi em c.1000 a.C..
O Templo de Salomão, santuário principal do Judaísmo foi destruído por Nabocodonosor em 586 a .C., reconstruído por Herodes, o Grande, em 516 a .C. ficando ainda mais suntuoso.
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Quando os judeus retornaram do exílio na Babilônia, o território ocupado por eles foi chamado de Judéia. A profanação selêucida do Templo, em 167 a .C. instigou a revolução dos macabeus. A independência do reino de Judá durou até a conquista romana de 63 a .C.
O Rio Jordão flui desde o sul da Síria até o Mar Morto, atravessando a Jordânia e Israel.
Sua nascente está localizada a uma altitude de 2700 m , no monte Hermon, e o rio percorre 360 km , primeiro em direção ao mar da Galiléia e depois, através de um vale, rumo ao Mar Morto, a cerca de 400 km abaixo do nível do mar.
37 Morre Tibério. Caio César Germânico - Calígula é nomeado imperador.
41 Calígula é assassinado. Ascende ao trono Cláudio, seu tio. Os cristãos, cujas idéias eram consideradas subversivas e perversoras já que o Império romano não tolerava nenhum agrupamento partidário, reuniam-se nas catacumbas, sempre em aflição.
42 Pedro em Roma.
Tiago Maior é mandado matar por Herodes. Relatos de Emmanuel (3).
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