terça-feira, 5 de abril de 2011

1 / 12 Estudando com Emmanuel: 'Carta aos Romanos' de Paulo de Tarso


1/12
“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis.”
Romanos  8,13
           
            Para quem vive segundo a carne, isto é, de conformidade com os impulsos inferiores, a estação de luta terrestre não é mais que uma série de acontecimentos vazios.
            Em todos os momentos, a limitação ser-lhe-á fantasma incessante.
            Cérebro esmagado pelas noções negativas, encontrar-se-á com a morte, a cada passo.
            Para a consciência que teve a infelicidade de esposar concepções tão escuras não passará a existência humana de comédia infeliz.
            No sofrimento, identifica uma casa adequada ao desespero.
            No trabalho destinado à purificação espiritual, sente o clima da revolta.
            Não pode contar com a bênção do amor, porquanto, em face da apreciação que lhe é própria, os laços afetivos são meros acidentes no mecanismo dos desejos eventuais.
            A dor, benfeitora e conservadora do mundo, é-lhe intolerável, a disciplina constitui-lhe angustioso cárcere e o serviço aos semelhantes representa pesada humilhação.
            Nunca perdoa, não sabe renunciar, dói-lhe ceder em favor de alguém e, quando ajuda, exige do beneficiado a subserviência do escravo.
            Desditoso o homem que vive, respira e age, segundo a carne! Os conflitos da posse atormentam-lhe o coração, por tempo indeterminado, com o mesmo calor da vida selvagem.
            Ai dele, todavia, porque a hora renovadora soará sempre! E, se fugiu à atmosfera da imortalidade, se asfixiou as melhores aspirações da própria alma, se escapou ao exercício salutar do sofrimento, se fez questão de aumentar apetites e prazeres pela absoluta integração com o “lado inferior da vida”, que poderá esperar do fim do corpo, senão sepulcro, sombra e impossibilidade dentro da noite cruel?

'Pão Nosso'

“E se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros do Cristo.”
Romanos 8,17
           
            Incompreensivelmente, muitas escolas religiosas, através de seus expositores, relegam o homem à esfera de miserabilidade absoluta.
            Púlpitos, tribunas, praças, livros e jornais estão repletos de tremendas acusações.
            Os filhos da Terra são categorizados à conta de réus da pena última.
            Ninguém contesta que o homem, na condição de aluno em crescimento na Sabedoria Universal, tem errado em todos os tempos; ninguém ignora que o crime ainda obceca, muitas vezes, o pensamento das criaturas terrestres; entretanto, é indispensável restabelecer a verdade essencial. Se muitas almas permanecem caídas, Deus lhes renova, diariamente, a oportunidade de reerguimento.
            Além disso, o Evangelho é o roteiro do otimismo divino.
            Paulo, em sua epístola aos romanos, confere aos homens, com justiça, o título de herdeiros do Pai e co-herdeiros de Jesus.
            Por que razão se dilataria a paciência do Céu para conosco, se nós, os trabalhadores encarnados e desencarnados da Terra, não passássemos de seres desventurados e inúteis? Seria justa a renovação do ensejo de aprimoramento a criaturas irremediavelmente malditas?
            É necessário fortalecer a fé sublime que elevamos ao Alto, sem nos esquecermos de que o Alto deposita santificada fé em nós.
            Que a humanidade não menospreze a esperança.
            Não somos fantasmas de penas eternas e sim herdeiros da Glória Celestial, nào obstante nossas antigas imperfeições. O imperativo de felicidade, porém, exige que nos eduquemos, convenientemente, habilitando-nos à posse imorredoura da herança divina.
            Olvidemos o desperdício da energia, os caprichos da infância espiritual e cresçamos, para ser, com o Pai, os tutores de nós mesmos.

'Fonte Viva'

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