quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ismael Gomes Braga e Abel Gomes - Daqui e de lá...



Profissão de Fé Cristã

           
Reformador (FEB) Out e Nov 1944
           
            “A forma concisa destas máximas parece destiná-las a serem decoradas pelas pessoas de boa memória. Achamos conveniente, no entanto, juntar-lhes, nas páginas que seguem, alguns breves comentários que o leitor poderá ampliar pelas suas próprias reflexões.
            Havendo mantido íntimas relações com Abel Gomes quando vivo, durante mais de trinta anos, procuramos fazer os comentários com a suas próprias idéias e aspirações.
                                   I.G.B. (Ismael Gomes Braga)

Profissão de Fé Cristã

1.         Amarei a Deus, acima de todas as coisas, com toda minhalma e entendimento.
2.         Executarei a Vontade Divina sobre todos os meus propósitos individuais.
3.         Aplicar-me-ei às lições do Mestre Jesus.
4.         Serei fiel ao Senhor.
5.         Servirei aos meus semelhantes como a mim mesmo,
compreendendo-lhes as necessidades e respeitando-lhes as opiniões.
6.         Aproveitarei o patrimônio sagrado do tempo com elevadas edificações.
7.         Transformarei os pântanos do mal transitório em lavouras do bem
para a eternidade.
8.         Terei meu veículo de manifestação como vaso divino que devo santificar.    
9.         Aprenderei a ciência de agradecer.
10.       Darei minha cooperação nos serviços do Pai com desinteresse e alegria.
11.       Receberei as bênçãos do Senhor, não só para meu aproveitamento, 
mas também para distribuí-las em seu nome.
12.       Colaborarei na obra do mundo sem apegar-me, guardando 
o meu ideal de suprema libertação.
13.       Compreenderei que o sacrifício é a lei na elevação espiritual.
14.       Desviar-me-ei de qualquer posse que traga cativeiro para minhalma.
15.       Honrarei minha tarefa no dia que passe, entendendo que representa 
um título da confiança de Deus, cuja bondade me chamará amanhã a serviço maior.
16.       Reconhecerei que todas as dificuldades do caminho evolutivo são
 páginas de luz para o meu aprendizado divino.
17.       Cultivarei o otimismo, diante de todos os obstáculos.
18.       Conservarei, aplicando-as na luta, as santas lições da experiência.
19.       Esquecerei todo o mal.
20.       Farei o bem antes de pregá-lo.
21.       Auxiliarei o mundo sem escravizar-me a ele.
22.       Procurarei ser cristão com meus pensamentos, palavras e atos, 
antes de tentar a cristianização do próximo.
23.       Exigirei de mim mesmo e serei benevolente com os outros.
24.       Cooperarei no serviço terrestre pela vitória do Bem para sempre.                              
Abel Gomes

                                   ***


1.         Amarei a Deus, acima de todas as coisas, com  toda a minhalma e entendimento.
           
            Amar a Deus sobre todas as coisas é o primeiro mandamento do Decálogo. As maravilhas da criação nos revelam uma Força, uma Sabedoria, um Amor previdente e paterno que tudo organiza e governa os mundos e os seres, desde as coisas infinitamente pequenas até as infinitamente grandes. Sentimo-nos uma partícula, ainda que minúscula, deste espetáculo majestoso da vida que palpita na Natureza toda e em nosso próprio ser. Nossa inteligência sente-se pequena, ínfima, para compreender, mas o coração enche-se de admiração e amor pelo Criador de todas essas maravilhas. Quanto maiores descobertas a Ciência realiza na Natureza, tanto mais nossa alma sente-se enlevada na adoração ao Ser Supremo, nosso Criador e Pai. Pelo amor a Deus sobre todas as coisas, passamos a amar a Deus sobre todas as coisas, passamos a amar a todas as obras de Deus, principalmente ao homem; seja ele já evolvido e bom, ou ainda primitivo e rude, é uma parte, como nós, da criação divina e caminha para o crescimento e perfeição, para elevar-se em afinidade ao seu criador.
            Como manifestação desse amor a Deus, a alma vive em prece e contemplação, elevando-se cada dia mais para a harmonia espiritual que rege os mundos superiores e desprendendo-se aos poucos da animalidade dos mundos primitivos. Mas a contemplação não é inerte e passiva; ao contrário, a alma age sempre na suprema aspiração de colaborar com Deus no aperfeiçoamento do mundo e dos seres; não ora pedindo repouso e paz mas pedindo compreensão e forças para trabalhar sempre e cada vez mais conscientemente na obra de Deus.

2.         Executarei a Vontade Divina sobre todos os meus propósitos individuais.

            Pela prece constante, o homem entra em afinidade com os Seres superiores que são Ministros e Executores da Vontade Divina, e sente os anseios de sufocar sua personalidade egoística e só executar os planos superiores da criação para o bem geral. É a aspiração sublime de sobrepor a vontade de Deus acima de todos os seus propósitos individuais de interesse particular. Executando a Vontade Divina, o homem entra em harmonia com as grandes forças da natureza divina e pode realizar obras grandiosas, pois que de fato se torna instrumento de Deus por intermédio dos bons Espíritos. Ao contrário, pretendendo realizar apenas sua felicidade individual, afasta-se daquelas correntes de força e torna-se estéril e infeliz. Para ser realmente feliz e útil, a primeira luta a travar-se é contra o egoísmo que só deseja a felicidade pessoal. Esquecer de si mesmo, só pensar em Deus e na obra divina, na preparação do bem para os outros, mesmo com sacrifício próprio. Assim chegaremos pelo esforço a executar a Vontade Divina sobre todos os nossos propósitos individuais e, então, seremos realmente filhos e colaboradores de Deus.

3.         Aplicar-me-ei às lições do Mestre Jesus.

            Nas páginas do Evangelho, Jesus traçou o roteiro para a alma que quer elevar-se para Deus pelo seu próprio aperfeiçoamento. É necessário estudar, meditar e praticar as lições do Divino Mestre para nos libertarmos das ilusões do egoísmo e da vaidade e entrarmos em afinidade com os Espíritos superiores que nos guiam e inspiram para a obra a realizar-se no mundo visível e no invisível. Não abandonarmos nunca as páginas de luz e vida do Evangelho

4.         Serei fiel ao Senhor.

            O servidor infiel procura servir-se a si mesmo, buscando antes a recompensa que o serviço. Só pela abnegação, pelo esforço constante em servir ao Senhor, sem pensar em prêmios, recompensas ou salários, o homem se eleva a tornar-se o fiel servidor que só pensa e deseja o bem do serviço, sacrificando todas as aspirações e recompensas morais ou materiais. E só ao servidor fiel o Senhor confia as forças necessárias às Suas grandes obras. Não é de um salto que venceremos nosso egoísmo e passaremos a pensar somente no bem alheio, como deve proceder o servidor fiel, porém, pelo exercício constante e a prece sincera, a pouco e pouco vamo-nos libertando de nossas aspirações mais elevadas do bem geral de todos os seres. A máxima concisa que o filósofo cristão nos dá com estas poucas palavras - Serei fiel ao Senhor - é o ideal a alcançarmos e que devemos ter sempre em mente em nossas preces; é a promessa repetida que devemos fazer a nós mesmos a cada instante, até que ela se torne um hábito mental e desça para o subconsciente, tornando-se aspiração de alma ansiosa por servir com fidelidade a Deus através de toda a criação, de todos os filhos de Deus.

5.         Servirei aos meus semelhantes como a mim mesmo, compreendendo-lhes as necessidades e        respeitando-lhes as opiniões.

                Assim como o serviço a Deus só tem mérito quando feito desinteressadamente, também o serviço aos homens - outra modalidade de servir a Deus - só tem valor quando não visamos recompensa alguma. Em geral temos mais empenho em demonstrar o erro na opinião alheia, em vencer as convicções dos outros, impondo-lhes as nossas como melhores, do que em prestar serviços reais. É uma recompensa moral que aspiramos, a de impor nossas idéias. Daí vem a sede de proselitismo, o espírito de seita que transforma em arena de luta o campo de trabalho, onde só deveríamos construir. As mais grandiosas revelações transformam-se em causas de divisão e malquerença em vez de unir os homens, quando do campo do serviço passamos às pugnas ideológicas. O espírito de serviço deve ser posto mais alto do que as opiniões e convicções do sectarismo. Por isso, o filósofo invisível continua repetindo-nos o que nos dizia aqui com a palavra e o exemplo: Prestemos serviços, respeitando as opiniões dos outros.

6.         Aproveitarei o patrimônio sagrado do tempo com elevadas edificações.

                Perder o tempo em banalidades, em polêmicas, em vez de aplicá-lo a construções reais, é um dos males de muitos que se envaidecem de seu saber e da superioridade de suas idéias e lançam-se a destruir ou desafiar quixotescamente para duelos de palavras. Aproveitemos, porém, nosso precioso tempo em construções úteis e deixemos os pobres e vaidosos falando sozinhos; assim, mais cedo compreenderão o seu erro e passarão a fazer coisas mais aproveitáveis.

7.         Transformarei os pântanos do mal transitório em lavouras do bem para a eternidade.

            Saber aproveitar o que nos parece o mal e transformá-lo em fonte de vida eterna é a lição divina na Natureza toda. A Natureza é um grande laboratório, onde tudo se transforma em bem. Se tomarmos apenas uma fase de transformação, sem vislumbrarmos a finalidade superior, supomos ser o mal, mas por fim é sempre o bem que se está processando. As mais rudes paixões da alma, são energias em preparação e que um dia serão aplicadas a grandes coisas. Esforcemo-nos para colaborar com a natureza divina, transformando ou abreviando a transformação do mal em bem. O pântano é um reservatório e transformador de matérias inúteis em adubo fertilizante que produzirá as mais ricas messes quando drenado e aproveitado pela inteligência do homem.

8.         Terei meu veículo de manifestação como vaso divino que devo santificar.   

            Esta máxima nos ensina a necessidade de conservar a saúde do corpo pela pureza e castidade, pela sobriedade e pela higiene que se estende também ao cultivo dos pensamentos e sentimentos puros e elevados.
            A pureza do corpo físico e do corpo astral são condições necessárias  às grandes realizações  do Espírito.

9.         Aprenderei a ciência de agradecer. 

            Vivemos cercados de benefícios e bênçãos que não sabemos agradecer. Aos nossos antepassados que prepararam todas as comodidades da civilização em que vivemos, aos pais e mestres que nos ampararam e guiaram os primeiros passos, à sociedade que nos protege, à Ciência que nos serve pelos seus sacerdotes, à colaboração de todos os homens que mesmo inconscientemente nos prestam toda sorte de serviços, aos Espíritos que generosamente descem até nós para nos esclarecer e guiar, a todos os filhos de Deus, enfim, devemos um infinito de gratidão, da qual muita vez, infelizmente, nos esquecemos. Principalmente nós que recebemos as graças da Terceira Revelação, a compreensão de que o bem é eterno e triunfa sempre do mal e, por isso mesmo nos tornamos os seres mais felizes da criação, devemos aprender a cantar o hino da gratidão sem descermos às queixas e lamentações dos ingratos.
            Se refletirmos sobre nosso débito para com Deus e a Humanidade passada e presente, seremos reconhecidos e sentiremos necessidade de prestar serviços, restituindo pelo menos pequena parte do muito que temos recebido. Nossa vida passará então a ser um hino de gratidão e amor, em vez de uma tempestade de queixas e reclamações injustas, como fazem os irrefletidos e ingratos. Devemos, pois, aprender a cultivar a ciência de agradecer.

10.       Darei minha cooperação nos serviços do Pai com desinteresse e alegria

            Só com desinteresse e alegria, podemos trabalhar na obra divina. O egoísmo e a sede de recompensas nos insulam e esterilizam, tornando-nos inúteis e infelizes.

11.       Receberei as bênçãos do Senhor, não só para meu aproveitamento, mas também para distribuí-     as em  seu nome.

            Receber os bens egoisticamente para si, é tornar-se indigno de recebe-los. O monopolizador, como o avarento, é um infeliz fechado no círculo de aço do seu egoísmo. Quem saiba distribuir os bens recebidos é o depositário fiel que receberá cada vez maiores bênçãos. Torna-se um sacerdote, um mediador entre Deus e os homens.

12.       Colaborarei na obra do mundo sem apegar-me, guardando o meu ideal de suprema libertação.

            Trabalhar com amor e dedicação nos serviços do mundo é obra divina, fonte de felicidade, por mais humilde que seja o trabalho; mas, apegar-se aos bens passageiros do mundo, com a certeza que temos de que não são nossos, são apenas empréstimos passageiros que teremos de restituir pela morte, senão mesmo antes, é escravizar a alma às coisas da Terra, privando-a do ideal de suprema libertação espiritual. Apegar-se ao mundo é criar a rede de encarnações dolorosas, como ensinam os budistas. Tenhamos sempre em mente que a Terra é uma escola bendita pelas suas dolorosas experiências santificantes, mas, pela nossa essência espiritual somos filhos de Deus, cidadãos do Infinito nas Eternidade e a nenhum lugar devemos prender-nos pelo apego passional.

13.       Compreenderei que o sacrifício é a lei na elevação espiritual.

            Sacrificar-se pelo bem é o maior de todos os bens, porque eleva o Espírito à afinidade com os Espíritos superiores. A sede de conforto e bem-estar embaraça a evolução da alma, prendendo-a a coisas passageiras e ilusórias.

14.       Desviar-me-ei de qualquer posse que traga  ativeiro para minhalma.

            Escravizar-se à riqueza, às posições, às honrarias do mundo, é prender-se às ilusões de um presente passageiro, ficar estacionário e preparar sofrimentos para o futuro, por ter-se que assistir ao esboroamento de sua ilusória felicidade, como construção sobre a areia. A alma deve desapegar-se de tudo que é passageiro e que terá de ser abandonado pela morte. Só assim será livre de dedicar-se ao bem eterno. Não temos posse de coisa alguma, somos apenas depositários temporários e administradores de bens divinos.

15.       Honrarei minha tarefa no dia que passe, entendendo que representa um título da confiança de Deus, cuja bondade me chamará amanhã a serviço maior.

            Os pequenos deveres da vida cotidiana são degraus que nos elevam a tarefas maiores e mais arriscadas. Quem se julga superior ao trabalho que lhe aparece, é ambicioso e pode sofrer tremendas quedas por falta de preparação sólida para empreendimentos de maior responsabilidade. Devemos cumprir prazerosamente todos os pequenos deveres, por mais humildes que sejam, para nos tornarmos aptos a tarefas mais elevadas, quando Deus julgar oportuno o momento de confiar-nos trabalhos de mais responsabilidade. Não tenhamos pressa de empreender grandes coisas, porque o mundo está repleto de insucessos e alguns deles muito tristes.

16.       Reconhecerei que todas as dificuldades do caminho evolutivo são páginas de luz para o meu    aprendizado divino.

            As dificuldades que o professor põe na frente do aluno, para exercitar-lhe a capacidade e preparar-lhe o futuro triunfo, devem ser abençoadas e tratadas com todo o esforço e a máxima boa vontade. A vida é a escola bendita e o Espírito é o eterno estudante.

17.       Cultivarei o otimismo, diante de todos os obstáculos.

            O obstáculos são provas necessária e quando encarados com otimismo e fé, tornam-se mais fáceis de serem transpostos. O otimismo é o grande remédio contra todas as dificuldades.

18.       Conservarei, aplicando-as na luta, as santas lições da experiência

            De todas as coisas, desde as máximas até as mínimas, nos fica uma lição experimental que não deve ser esquecida. Todos os acontecimentos da vida nos trazem novas experiências. De cada conversação, de cada leitura, de cada filme a que assistimos, colhemos alguma experiência própria ou alheia. O conjunto dessas experiências forma um tesouro imenso de conhecimentos a serem aplicados para futuros triunfos, para evitar insucessos. As mais santas lições da experiência são as que nos ficam da dor experimentada, dos grandes erros que cometemos e que aprenderemos a evitar no futuro, aplicando a experiência para transformar o mal passado, em bem no porvir.

19.       Esquecerei todo o mal

            Esquecer todo o mal e só pensar no bem. Esquecer até o mal que se fez, para só pensar no bem que se tem de fazer, é caminhar para a frente, para a vida, deixando aos mortos a tarefa de enterrar os seus mortos. Pensar só no bem, cultivar só o bem, para que a nossa alma perca a afinidade com o mal.

20.       Farei o bem antes de pregá-lo.

            Ensinar pelo exemplo da conduta é mais eficaz do que pelos discursos. Partir da prática do bem para a teoria do bem, é o exemplo que nos dão os grandes Espíritos. Os exemplos aproveitam a quem os pratica e a quem os recebe, e os discursos, mesmo os mais inflamados, por vezes são palavras ao vento que a ninguém aproveitam. Abel Gomes tem autoridade para dizer-vos isso, porque a sua pregação foi sempre a do exemplo e não a das palavras.

21.       Auxiliarei o mundo sem escravizar-me a ele.

            Empregar os bens do mundo para auxiliá-lo. Conquistar mesmo esses bens para aplicá-lo com desapego e superioridade de vistas, mas conservando-se acima e livre da escravização ao mundo.

22.       Procurarei ser cristão com meus pensamentos, palavras e atos, antes de tentar a cristianização       do próximo.

            Esta máxima é uma advertência contra o espírito de seita, a sede de proselitismo dos entusiastas para os quais o Cristianismo torna-se um campo de batalhas verbais improdutivas. Lutam por cristianizar os homens por todos os meios, até pelos meios menos cristãos, como nos demonstra, a História, esquecendo-se de aproveitar para si mesmos os bens que aparentam querer transmitir aos outros. Querer cristianizar a todos, menos a si mesmos, porque, em sua vaidade, já se julgam cristãos modelares. Devemos, porém, ser cristãos na vida, na conduta, e não só nos lábios. Ensinar pelo exemplo e não pela palavra apenas. Cristianizar primeiro a si mesmo para adquirir autoridade de ensinar aos outros, é o único caminho seguro.

23.       Exigirei de mim mesmo e serei benevolente com os outros.

            Ser rigoroso e exigente para consigo mesmo e benevolente para com os outros é construir sobre a rocha para a eternidade da vida. Realmente, os defeitos que nos prejudicam, os males que devemos expurgar, são os nossos mesmos e não os dos outros. A exigência para com outrem, a ausência de benevolência, fecha-lhes a alma à nossa influência; mas o exemplo de nossa conduta acha sempre, nas almas, as portas abertas.

24.       Cooperarei no serviço terrestre pela vitória do bem para sempre.

            Cooperar com todos os homens na obra divina de implantar o bem sobre a Terra, de construir o Reino de Deus para sempre nos corações, é a maior tarefa que teremos de alcançar na vida, quando a merecermos. Enquanto esperamos essa grande dita de nos tornarmos colaboradores diretos de Deus, como já são hoje Seus grandes Ministros, os Espíritos superiores, façamos nossas pequeninas tarefas com amor e carinho, porque os nossos grãos de areia talvez possam ser aproveitados pelos Preparadores do futuro. Se não servirem a outrem  os nossos esforços, pelo menos a nós mesmos servirão sempre, como os exercícios escolares sempre aproveitam ao aluno que os faz. 



Linguagem e Evangelho


Espírito Ismael Gomes Braga
(Mensagem recebida pela médium
Tânia de Souza Lopes na FEB, no RJ,
em sessão do ‘Grupo Ismael’, de 8-12-1983.)

            Irmãos em Cristo - que Ele nos ampare e envolva em suas vibrações poderosas!
            Sejam os nossos corações unidos pela linguagem vigorosado Amor, a única capaz de superar as barreiras erguidas pelos orgulhos e egoísmos que em nós ainda abrigamos.
            Sejam as nossas mentes iluminadas pela luz poderosa do conhecimento da Verdade Suprema, a única capaz de dissipar as brumas espessas das incompreensões que obstruem os processos evolutivos e os obliteram até que a Dor cumpra o seu papel terapêutico na desobnubilação das trevas ainda alojadas em nosso íntimo.
            Sejam as nossas palavras perenes lições de perdão e de compreensão, para que em nosso meio a linguagem atinja os objetivos para ela propostos pelo Cristo Divino: o de unir corações, aclarar consciências, regenerar, ajudar na disseminação das luzes do Bem Maior sobre a face da Terra.
            Quando as palavras forem exclusivamente veículos de Amor, mesmo configurando admoestações; quando as nossas mãos puderem unir-se no trabalho revigorante da Caridade - justamente elas que, no passado, empunharam armas, sustentaram bandeiras de lutas fratricidas, exterminando a vida física e lançando  a obscuridade moral sobre a vida espiritual; quando, enfim, mãos, inteligência e palavras forem colocadas a serviço do bem maior - o trabalho da Caridade -, nesse dia ruirão barreiras raciais, lingüísticas, econômicas ou morais. Todos seremos um círculo fraterno em que a linguagem exercerá exclusivamente o seu papel de fator de união, pois conjugará ininterruptamente os verbos amar e servir, em todos os momentos e lugares.
            Nesse porvir venturoso, embora longínquo - e que cabe a nós tornar mais próximo -, os homens escutarão uma nova mensagem que superará todas as barreiras à comunicação entre eles: ouvirão em seu coração as lições profundas do Evangelho, em espírito e verdade, fonte de todos os bens verdadeiros, base de todas as conquistas, para que o reino do Senhor deixe de ser um devir e se  torne eterno presente.
            Vosso companheiro e amigo de sempre,
                                               Ismael Gomes Braga

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